O Córrego da Onça, curso d’água que atravessa Três Lagoas e desemboca no rio Paraná, está em estágio avançado de assoreamento. As três lagoas que dão nome à cidade fazem parte da bacia hidrográfica do Córrego da Onça, que corta parte de bairros da cidade, e atravessa a BR-262, no perímetro urbano de Três Lagoas.
No período de chuvas existe uma vazão de água no córrego. No entanto, no período de estiagem, fica boa parte do tempo seco. Em março deste ano, a reportagem esteve no local e constatou que ainda havia um pouco de água, muito escura, devido ao descarte de efluentes, situação que persiste há anos nesse córrego e que já foi objeto de ações na Justiça para a sua recuperação, mas que até hoje nada foi feito. O mau cheiro predomina nessa região do córrego, que não possui vazão suficiente para o descarte de efluentes.
Nesta semana, nossa reportagem retornou ao local e constatou que o córrego está totalmente seco e muito assoreado. No local, além de mato, muito lixo é descartado por moradores. Devido ao assoreamento e largura que vem adquirindo ao longo dos anos, o córrego chama atenção de quem passa pela BR-262, no perímetro urbano da cidade. Além disso, a falta de vegetação natural, e a expansão da cidade têm contribuído para a degradação ambiental do córrego, canalizado desde a avenida Rosário Congro, passando pela Vila Zucão, cortando a rodovia, até o rio Paraná.
Córregos
Além do Córrego da Onça, os demais existentes no município precisam de atenção especial. Estudo que faz parte de um projeto de extensão do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), campus de Três Lagoas, revela que o município e região tem 15 córregos, os quais foram analisados ao longo de três anos. O resultado desse levantamento aponta para a necessidade de preservação dessas áreas degradas pela ação do ser humano.
De acordo com o professor Luiz Ubiratan Hepp, coordenador do estudo, a situação dos córregos em Três Lagoas e região é preocupante devido à retirada de mata ciliar e assoreamento, entre outras situações, que podem afetar os rios Sucuriú e Paraná, que recebem a água dessas bacias.