Três Lagoas enfrenta aumento no número de animais domésticos abandonados, como cachorros e gatos, muitos dos quais estão feridos ou doentes. Segundo o promotor de Justiça do Meio Ambiente, Antônio Carlos Garcia de Oliveira, a cidade precisa de uma infraestrutura adequada para cuidar desses animais. Atualmente, Três Lagoas possui o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), mas não abriga animais abandonados, focando apenas no controle de zoonoses.
O Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), em construção na cidade, foi projetado para atender exclusivamente animais silvestres. O promotor destacou que, embora o CETAS seja importante, Três Lagoas necessita de um espaço dedicado aos animais domésticos, especialmente para casos de urgência, como atropelamentos e maus-tratos. “Já existe uma legislação que prevê o atendimento a esses animais, mas infelizmente ainda não temos uma estrutura necessária para isso”, afirmou Oliveira.
Ele também entende a necessidade de criar um hospital veterinário público ou, pelo menos, um centro de atendimento emergencial para animais. “Seria necessário um local adequado onde os animais abandonados fossem recebidos, como um cachorro atropelado ou um gato ferido, mas ainda não contamos com isso”, lamenta o promotor.
A Promotoria do Meio Ambiente recebe denúncias diárias de maus tratos, como cavalos mal alimentados e cães doentes abandonados. Segundo Oliveira, a falta de conscientização é outro problema grave. “Muitas pessoas abandonaram seus animais nas rodovias ou os trancam em quintais até morrer. Quem não pode cuidar de um animal não deveria tê-lo“, reforçou o promotor.
A questão vai além da falta de infraestrutura pública, apontando também para o comportamento irresponsável de parte da população, que muitas vezes prefere abandonar seus animais em vez de buscar ajuda. O cenário aponta para a necessidade urgente de investimentos em políticas públicas externas ao bem-estar animal e uma maior fiscalização contra o abandono e maus-tratos.
Confira a reportagem abaixo: