Com o aumento das chuvas e a chegada do tempo mais úmido, Três Lagoas acende um alerta para a dengue. De janeiro até agora, Três Lagoas já notificou 978 casos suspeitos da doença, com 257 confirmações e uma morte registrada. A vítima foi uma mulher de 65 anos, que apresentou os primeiros sintomas no fim de janeiro e faleceu no início de fevereiro após a rápida evolução do quadro.
A situação reflete um cenário ainda mais grave em nível estadual. Segundo boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Mato Grosso do Sul já soma 9.229 casos prováveis de dengue em 2025, dos quais 3.641 foram confirmados. Até o momento, 9 óbitos foram registrados, incluindo o de Três Lagoas, e outros 8 seguem sob investigação. Entre as vítimas, quatro tinham comorbidades, fator que agrava os riscos da doença.
Além da dengue, Três Lagoas também registra casos de chikungunya, outra enfermidade transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Até agora, 35 casos foram confirmados aumentando a preocupação com a proliferação do vetor.
A Secretaria Municipal de Saúde tem intensificado ações de prevenção, com reuniões mensais para traçar metas no combate às arboviroses. A presidente do Comitê de Combate ao Aedes Aegypti, Georgia Medeiros, reforçou que a colaboração da população é essencial para eliminar focos do mosquito, como recipientes e lixo acumulado. As autoridades orientam que qualquer foco de água parada deve ser eliminado e que, ao perceber sintomas, o recomendo é procurar uma unidade de saúde.
Sintomas e cuidados
Os sintomas mais comuns da dengue incluem febre alta, dores no corpo e nas articulações, dor atrás dos olhos, manchas vermelhas na pele, náuseas e mal-estar geral. Em casos graves, pode haver sangramentos, queda de pressão e desidratação. A recomendação é procurar atendimento médico ao primeiro sinal e evitar a automedicação, especialmente com anti-inflamatórios e medicamentos com ácido acetilsalicílico.
Vacinação como aliada
Para tentar conter o avanço da doença, Mato Grosso do Sul já aplicou 156.182 doses da vacina contra a dengue. O imunizante é voltado para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária com maior índice de hospitalizações. O esquema vacinal é composto por duas doses, com intervalo de três meses. Ao todo, o estado já recebeu 241.030 doses enviadas pelo Ministério da Saúde.
A guerra contra a dengue é coletiva e começa com atitudes simples. Em um momento de alta nas notificações e de chuvas frequentes, eliminar focos do mosquito e ficar atento aos sintomas pode salvar vidas.