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Dengue: um desafio para o sistema de saúde e a segurança do paciente

O vírus DENV-3 ganhou destaque ao provocar grandes surtos

O manejo clínico dos casos de dengue Tipo 3 exige atenção redobrada por parte dos profissionais - Arquivo / RCN 67
O manejo clínico dos casos de dengue Tipo 3 exige atenção redobrada por parte dos profissionais - Arquivo / RCN 67

A dengue é um problema de saúde pública que desafia os sistemas de saúde em diversas regiões do mundo, especialmente em países tropicais como o Brasil . Com quatro sorotipos identificados: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. A infecção pelo DENV-3 tem se mostrado particularmente preocupante, não apenas pela gravidade dos casos, mas também pelo impacto direto na gestão hospitalar e na segurança dos pacientes.

O vírus DENV-3 ganhou destaque ao provocar grandes surtos e, quando reintroduzido em regiões onde há baixa circulação anterior, tende a gerar manifestações clínicas mais intensas. Para o sistema de saúde, isso significa um aumento expressivo na demanda por atendimento, ocupação hospitalar e risco de desassistência. A alta incidência pode resultar em sobrecarga dos serviços de urgência e emergência, além de pressão sobre leitos de internação e unidade de terapia intensiva.

O manejo clínico dos casos de dengue Tipo 3 exige atenção redobrada por parte dos profissionais, especialmente diante da possibilidade de evolução para quadros graves, como a dengue hemorrágica e a síndrome do choque da dengue. Nesse contexto, a segurança do paciente torna-se um aspecto crucial. A rápida identificação de sinais de agravamento e a implementação de protocolos clínicos adequados são fundamentais para garantir desfechos positivos e evitar danos evitáveis.

No entanto, a sobrecarga do sistema pode prejudicar justamente essa capacidade de resposta. Profissionais sobrecarregados, infraestrutura comprometida e escassez de recursos afetam diretamente a qualidade do atendimento e a segurança dos pacientes, ampliando os riscos de eventos adversos e falhas no monitoramento contínuo. O fluxo adequado de informações e a integração entre equipes assistenciais e gestores tornam-se essenciais para manter a eficiência e a segurança durante períodos críticos.

Além disso, é fundamental reforçar a prevenção, tanto no combate ao vetor quanto na educação da população sobre sinais e sintomas precoces da doença. Um dos principais avanços na prevenção da dengue foi a introdução da vacinação, ainda que sua aplicação seja limitada a faixas etárias específicas. Atualmente, a imunização está disponível para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária considerada de maior risco.

No entanto, a indisponibilidade da vacina para todas as idades reforça a necessidade de estratégias complementares, como a vigilância epidemiológica robusta e campanhas educativas contínuas, para mitigar o impacto dos surtos e evitar colapsos no sistema de saúde.

Por fim, a gestão hospitalar deve investir em protocolos que garantam a pronta identificação dos casos graves e a rápida estabilização dos pacientes, visando reduzir a mortalidade e preservar a integridade dos processos assistenciais.

A experiência com o sorotipo DENV-3 revela a importância de uma abordagem integrada e coordenada, que priorize tanto a resposta imediata quanto o fortalecimento da estrutura de saúde para enfrentar futuras epidemias.