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Editorial

Dengue uma permanente ameaça

Leia o Editorial do Jornal do Povo, da edição que circula neste sábado (25)

Dengue uma permanente ameaça

No passado, o calendário vacinal era seguido a risco pelas pessoas. Pais observavam rigorosamente a vacinação preventiva de seus filhos, que geralmente eram vacinados compulsoriamente nas escolas. A vacina contra a paralisia infantil, para lembrar, era ministrada em gotas, anualmente, até que um dia a poliomielite foi erradicada do país. A vacinação contra a gripe era muito popular entre os mais velhos. Enfim, as mães faziam questão de cumprir o calendário vacinal, que colocava seus filhos a salvo das doenças que surgiam nas diversas faixas etárias da primeira infância.adas. Passaram-se os anos, até que, mais notadamente durante a pandemia de Covid-19, começaram os questionamentos sobre a eficácia e os resultados da vacinação contra esse vírus devastador, que dizimou milhares de brasileiros, assim como outros milhões ao redor do mundo. O que mais surpreendeu durante a última pandemia foi a recusa à vacina, orientada por governantes da época, que contestavam a eficácia das mais diversas vacinas desenvolvidas para salvar vidas e preservar a integridade física das pessoas.

O negacionismo nocivo dos incrédulos sobre os efeitos salvadores da vacina contra o vírus da Covid só fez aumentar os índices de mortalidade. Esse negacionismo, inquestionavelmente, afetou a vacinação preventiva contra outras doenças, tanto em crianças quanto em adultos. Vacinar tornou-se uma conduta controversa entre as pessoas e contribuiu para fragilizar a saúde pública de modo geral.

Atualmente, os postos de saúde pública enfrentam um grande esforço para atrair a população, nas comunidades onde estão instalados, a cumprir o calendário das vacinas sazonais. Hoje, não é diferente a conduta diante da convocação da população para a vacinação preventiva contra a dengue, que desafia as autoridades sanitárias com a mutação do vírus, que ano após ano se torna mais letal. A conscientização para combater a dengue obrigatoriamente nos remete a questões ambientais, como manter terrenos baldios limpos, não descartar lixo doméstico sem estar ensacado e não depositá-lo a céu aberto. Essa conduta é uma questão de educação das pessoas, que devem ter consciência de suas obrigações perante a coletividade. Deixar de praticar ações nocivas é uma obrigação que se impõe à sociedade civil, assim como preservar o meio ambiente e observar as convocações das autoridades sanitárias, as quais buscam garantir o bem-estar e a saúde das pessoas, especialmente no que diz respeito ao cumprimento do calendário vacinal.

Portanto, é dever de todos nós observar as condições ambientais para que a dengue não se propague. Não devemos permitir que se acumule em nossas casas, ou ao redor, água empossada a céu aberto ou em recipientes que se tornam ambientes propícios para a proliferação do mosquito vetor do vírus causador da dengue, que pode ceifar vidas, caso essas condutas e a palavra de ordem em defesa da vida não sejam observadas.