O monitoramento realizado pelo Setor de Endemias, da Secretaria Municipal de Saúde, registrou dez bairros com alta incidência de focos mosquito transmissor da dengue, em Três Lagoas. O Levantamento Rápido de Índices para o Aedes Aegypti (LIRAa), realizado entre os meses de agosto e outubro deste ano, apontou que esses pontos apresentam números expressivos de criadouros, com incidências variando de 100 a 46 focos.
O bairro com maior concentração é o Distrito Industrial (100), seguido pelo Jardim das Américas (64), Bosque das Araras (63), Vila dos Ferroviários (56), Parque Osmar Dutra (55), Jardim Imperial (54), Parque Quinta da Lagoa (50), Residencial Montanini (49), Vila Alegre (49) e Jardim Morumbi (46).
Segundo o relatório, 78,6% dos focos foram encontrados em residências, enquanto que 12,8% foram identificados em estabelecimentos comerciais, 3,4% em terrenos baldios e 5,1% em outros imóveis públicos. Os criadouros mais comuns incluem pequenos reservatórios, como bebedouros de animais, pratos de plantas, além de resíduos como latas, garrafas e embalagens plásticas descartadas.
O LIRAa apresentou índice de 4% de infestação do vetor transmissor da dengue, o que representa possibilidade de surto eminente da doença em Três Lagoas. Apesar do índice estar alto, o número de casos de dengue no munícipio está menor no comparativo a 2023. De janeiro a novembro deste ano, foram registrados 142 casos e em todo o ano de 2023 foram 4 mil casos. A chegada do período de chuvas, no entanto, reascende o alerta.
AÇÕES
Como medida de prevenção, a prefeitura instalou 308 armadilhas para o Aedes aegypti em diversos pontos de Três Lagoas. Conhecidas como “ovitrampas”, as armadilhas atuam na coleta de ovos do mosquito e estão dispostas estrategicamente a cada 300 metros, em residências e estabelecimentos comerciais. As ovitrampas são renovadas mensalmente, permanecendo nos locais durante sete dias. Após esse período, as palhetas contendo os ovos são recolhidas e enviadas ao laboratório de Entomologia para identificação e contagem, possibilitando o levantamento da densidade de ovos em cada área.
Os dados obtidos nas armadilhas são enviados para um sistema da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que gera mapas das regiões com maior infestação de mosquitos. Esse mapeamento é fundamental para orientar a Secretaria de Saúde na tomada de decisões e na definição de ações prioritárias para o combate ao vetor. As estratégias incluem mutirões de limpeza, aplicação de inseticidas com bombas costeiras motorizadas, visitas domiciliares intensificadas, borrifação em bueiros e outras intervenções em áreas com maior concentração de ovos.