No dia 24 de outubro, é celebrado o Dia Mundial de Combate à Poliomielite, uma data que visa conscientizar a população sobre a importância da vacinação contra a doença, erradicada no Brasil desde 1989, com o último caso registrado no interior da Paraíba.
Em Três Lagoas, todas as Unidades de Saúde da Família (USFs) oferecem a vacina contra a pólio. Em 2023, o município atingiu a meta do Ministério da Saúde ao vacinar 1.820 crianças, representando 95,89% do público-alvo. Já em 2024, foram aplicadas 1.204 doses, correspondendo a 93,86% da população infantil imunizada.
A farmacêutica Regina Dias compartilha com orgulho a caderneta de vacinação da neta, Sophia Helena, de um ano e seis meses. “É muito importante para o sistema imunológico, pois a paralisia infantil não tem cura, e a prevenção é a vacina“, ressalta.
Com a mãe de Sophia estudando fora do país, Regina assumiu a responsabilidade pela saúde da neta, seguindo rigorosamente o calendário de vacinação. “O amor de avó é maior que o amor de filho, e eu prezo pela saúde da minha neta, assim como fiz com os meus filhos“.
A coordenadora da Central de Imunização de Três Lagoas, Humberta Azambuja, enfatiza a importância da continuidade da vacinação. “Embora tenhamos superado os 95% no ano passado, este ano não chegamos a 94%. Para atingir nossa meta de 95%, precisamos vacinar cerca de 700 crianças até o final do ano“.
Recentemente, o Ministério da Saúde anunciou a substituição da vacina oral da poliomielite por uma versão injetável, mais segura e eficaz, a partir de 4 de novembro. “Continuamos a oferecer as doses para crianças menores de 1 ano, e a novidade é que o reforço aos 15 meses, que antes era feito com a vacina oral, será agora administrado na forma injetável. Até a mudança, as primeiras, segundas e terceiras doses continuam disponíveis normalmente“, explica Azambuja.
Em Três Lagoas, 3.260 doses da antiga vacina serão devolvidas à Secretaria Estadual de Saúde (SES) e, posteriormente, enviadas ao Ministério. “A cobertura para crianças até a terceira dose está em torno de 94%, e para o reforço de 15 meses, estamos com 93,58%. Temos o compromisso de vacinar pelo menos 95% da nossa população-alvo“, complementa.
A decisão de substituir a vacina oral foi amplamente discutida e aprovada por especialistas, destacando que a vacina injetável é considerada mais segura, pois é inativada, ou seja, feita a partir do vírus morto, ao contrário da oral, que utiliza o vírus atenuado. “Estamos há 37 anos sem casos de poliomielite no Brasil, e a descontinuação da vacina oral não representa risco de retorno da doença”, ressalta Humberta.
Diante dessas mudanças, os pais devem revisar a caderneta de vacinação dos filhos e, se precisarem do reforço da vacina contra a poliomielite, devem procurar o posto de saúde mais próximo a partir de 4 de novembro. “As três doses iniciais da vacina injetável têm uma eficácia de cerca de 98%. Com o reforço aos 15 meses, as crianças poderão alcançar 100% de proteção. Portanto, se já foram vacinadas com as três doses, não há motivo para preocupação“, conclui Azambuja.