Levantamento obtido pela reportagem do Jornal do Povo aponta que 90 homens suspeitos de violência doméstica foram presos em flagrante este ano pelas polícias Civil e Militar, em Três Lagoas. As prisões foram realizadas entre os meses de janeiro e julho de 2024, conforme a Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM).
Já no ano anterior, as prisões de agressores de mulheres somaram 208 entre janeiro e dezembro.
Com frequência são noticiados casos de mulheres vítimas de agressão, abuso e ameaça, a ponto de culminar em feminicídio. Em 21 de março deste ano, Givanilda de Paula, de 41 anos, foi assassinada a tiros pelo ex-marido.
O crime ocorreu no estacionamento de uma capela, onde ocorria um velório, no bairro Santa Luzia, em Três Lagoas. O suspeito foi preso no mesmo dia e confessou ter matado a ex-mulher por não aceitar o fim do relacionamento do casal.
Esses casos reforçam a necessidade de ações continuas para o enfretamento da violência contra a mulher, como inserir o debate no ambiente escolar e setor industrial, além de criar políticas públicas de prevenção e intervenções através de campanhas educativas para a sociedade, com intuito de difundir leis e instrumentos de proteção.
A delegada da DAM, Letícia Mobis, explicou que se o agressor fizer algum tipo de desobediência, como não respeitar medidas protetivas, não há direito à fiança e poderá ficar preso por tempo indeterminado. Ela pontua que as agressões ocorrem, principalmente, aos finais de semana, quando os homens passam mais tempo em casa e fazem uso de bebida alcoólica.
Em caso de agressão física, o responsável será preso, independente da vontade da vítima. A delegada orientou que as vítimas não deixem que o ato passe de violência verbal para violência física. “Mulheres repensem os seus relacionamentos. Muitas mulheres nem sabem que estão sendo vítimas de violência. Geralmente, o homem limita a liberdade, deprecia a aparência para diminuir a autoestima. Depois passa para ameaça e até feminicídio”, explicou.
O coordenador do Programa Mulher Segura (Promuse) da Polícia Militar, Pedro Cardoso, explicou que o programa atua em Três Lagoas para combater esse tipo de crime e prestar apoio às vítimas. “A mulher que se sentir afetada sem o consentimento deve ligar no número 190, para que o autor seja penalizado. A polícia atuará de maneira incisiva para proteção das mulheres”, afirmou. O Promuse recebeu 93 medidas protetivas de urgência.
Confira a reportagem abaixo: