A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) emitiram um alerta sobre os riscos do uso de medicamentos injetáveis manipulados ou de origem alternativa para tratar obesidade e diabetes.
As entidades destacam que substâncias como semaglutida (Ozempic e Wegovy) e tirzepatida (Mounjaro e Zepbound) requerem rigorosos processos de fabricação para garantir sua eficácia e segurança. Segundo a nota divulgada, versões alternativas desses medicamentos não passam por testes de bioequivalência, o que pode comprometer sua pureza e estabilidade, além de representar riscos à saúde.
Relatórios da Agência de Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) apontam problemas em versões manipuladas, como doses inadequadas, contaminações e substituições por outros compostos. A comercialização desses medicamentos por profissionais de saúde ou por meio de plataformas digitais também é considerada uma prática arriscada.
As entidades recomendam que apenas medicamentos aprovados por órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sejam utilizados. Também orientam que pacientes evitem adquirir versões manipuladas e que órgãos fiscalizadores reforcem o controle sobre a comercialização dessas substâncias.
A nota reforça a importância da prescrição segura e baseada em evidências científicas, visando a proteção dos pacientes. Além disso, as entidades defendem a ampliação do acesso a tratamentos eficazes e políticas públicas voltadas à prevenção e ao manejo da obesidade e do diabetes.
Em janeiro de 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para a escassez global de medicamentos, o que tem levado muitas pessoas a buscar alternativas não regulamentadas. Em outubro, a Anvisa recebeu uma denúncia sobre possíveis falsificações do Ozempic, com reaproveitamento de embalagens de insulina. A recomendação é que medicamentos sejam adquiridos apenas em farmácias regulamentadas e acompanhados de nota fiscal, evitando compras em sites e redes sociais.
*Com informações da Agência Brasil