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Escolas públicas e privadas retomam aulas com proibição de celulares

A nova legislação levanta debates sobre os limites do uso da tecnologia no ambiente escolar

Escolas públicas e privadas retomam aulas com proibição de celulares - Foto: Reprodução/ VC-HD
Escolas públicas e privadas retomam aulas com proibição de celulares - Foto: Reprodução/ VC-HD

Os alunos da rede municipal de ensino retornarão às aulas, a partir desta quarta-feira (12), com uma nova regra em vigor: a proibição do uso de celulares nas escolas. A medida segue a Lei Federal número 15.100, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 13 de janeiro de 2025, que restringe o uso de dispositivos eletrônicos portáteis tanto nas salas de aula quanto nos intervalos.

A decisão tem gerado diferentes opiniões entre estudantes, pais e educadores. Ana Lívia, aluna do 7º ano do Ensino Fundamental, demonstrou insatisfação com a proibição, especialmente quanto à impossibilidade de gravar situações ocorridas no ambiente escolar. “Na sala de aula, tudo bem, mas no recreio muita gente usa o celular para ouvir música ou passar o tempo. Se algo acontecer dentro da sala, também não poderemos registrar”, disse a estudante.

Por outro lado, alguns pais veem a medida como positiva. Daiana Lélis, mãe de duas crianças de 6 e 8 anos, apoia a proibição, argumentando que o uso excessivo de celulares prejudica o desenvolvimento das crianças. “Eu e meu esposo acreditamos que nossos filhos ainda não têm capacidade para ter um celular. Hoje, os jovens quase não interagem e isso impacta no desenvolvimento cognitivo e motor”, afirmou.

O Ministério da Educação justifica a medida como uma ação para proteger a saúde mental dos estudantes, reduzindo a exposição excessiva às telas e incentivando interação social e brincadeiras nos intervalos.

A coordenadora regional de educação, Marizete Bazé, ressaltou a importância da organização proporcionada pela proibição. “Os alunos podem levar o celular, mas ele deve permanecer desligado dentro da bolsa. Caso seja utilizado indevidamente, a escola não será responsável por perdas ou danos. Já fui diretora por 22 anos e sei como o uso do celular dentro das escolas pode causar transtornos, como distração durante as aulas e exposição inadequada de colegas nas redes sociais”, explicou.

Caso as regras não sejam seguidas, o estudante receberá advertência e os pais serão chamados. Se a infração persistir, a direção da escola poderá reter o aparelho e encaminhar o caso ao Conselho Tutelar.

A nova legislação levanta debates sobre os limites do uso da tecnologia no ambiente escolar e seus impactos no desenvolvimento acadêmico e social das crianças e adolescentes. O sucesso da medida dependerá da adesão dos estudantes e do envolvimento das escolas e famílias na fiscalização e aplicação das normas.