Paranaíba, assim como outras cidades do Mato Grosso do Sul, está passando por um intenso processo de transformação no uso e ocupação do solo. Essa mudança acontece principalmente pelo agronegócio, segundo estudo divulgado recentemente pela Aprosoja-MS, dentro do programa SIGMS (Sistema de Informações Geográficas do Mato Grosso do Sul), que monitora diariamente as alterações nas áreas agrícolas e pastoris do estado.
Nos últimos dez anos, a área de pastagem em Paranaíba sofreu uma redução significativa. Em 2012, 78% do território do município, equivalente a 423 mil hectares, era destinado à pecuária. Atualmente, esse número já caiu para menos de 400 mil hectares.
Por outro lado, a área destinada ao cultivo de cana-de-açúcar e eucalipto apresentou um crescimento expressivo. A cana, que ocupou pouco mais de 6 mil hectares em 2012, agora alcança 18 mil hectares. O eucalipto, por sua vez, triplicou sua ocupação, passando de 4 mil para 12 mil hectares no mesmo período.
Esse avanço é impulsionado por projetos de grande porte, como as usinas Cedro e Coururipe, que, juntas, deverão exigir entre 100 mil e 120 mil hectares de cana nos próximos anos. O setor florestal também está em plena expansão, com empreendimentos de gigantes como Arauco e Bracel, que deverão impactar diretamente o município com demandas por áreas destinadas ao plantio de eucalipto.
Conforme Fábio Macedo, presidente do Sindicato Rural, essas mudanças estão mudando a matriz econômica de Paranaíba. A pecuária, que durante décadas foi o motor da economia local, está perdendo espaço para a agricultura e o setor florestal. No entanto, a transformação também traz desafios.
Macedo destaca que essa mudança em Paranaíba reflete um fenômeno que já ocorreu em outros municípios do estado. Regiões como Ribas do Rio Pardo, antes conhecidas pela pecuária, hoje têm sua economia dominada pelo cultivo de eucalipto e pela instalação de grandes indústrias, como a Suzano.
Para acompanhar as transformações, Fábio enfatiza que o Sindicato Rural de Paranaíba tem qualificado mão-de-obra para atender às novas exigências do mercado. Cursos de capacitação para operadores de máquinas agrícolas e brigadistas, em parceria com as usinas e indústrias florestais, são exemplos de como a entidade busca preparar os produtores e trabalhadores locais para os novos desafios.