A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem relatado um frequente desabastecimento da vacina contra a catapora nas unidades de saúde de Três Lagoas. Desde o mês de fevereiro, os estoques têm ficado em zero, sendo a última remessa recebida no mês de março, mas a pasta alega que a quantidade foi insuficiente para a imunização do público-alvo.
Segundo levantamento da Central de Imunizações, cerca de 940 crianças estão com a vacinação em atraso devido ao desabastecimento. Em 2024, o município recebeu 654 doses da vacina contra a varicela, mas todas já foram aplicadas.
De acordo com a enfermeira responsável pelo órgão, Fernanda Nery, o problema é nacional e não há possibilidade de aquisição por conta própria, já que a distribuição ao estados e municípios é feita pelo governo federal. “Nós seguimos esperando novas doses para poder regularizar essas crianças que vão iniciar ou que estão em atraso com essas doses da varicela. O nosso suporte que é o Estado, afirma que devemos esperar para aguardar o abastecimento nacional. Uma vez que haja, é lógico que serão revertidos para o nosso município.”
Na rede pública, a vacina contra a catapora é aplicada no esquema de duas doses, uma aos 15 meses e um reforço aos 4 anos. Pessoas imunossuprimidas ou com doenças crônicas e que fazem parte do Centro de Referência Imunobiológicos Especiais (CRIE) também estão aptos a tomarem o imunizante injetável.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MS), algumas doses do imunizante estão estocadas para caso haja registro de surto em algum município. Em nota, a pasta afirmou que “o Ministério da Saúde já tem um cronograma de compra para solucionar a problemática. A previsão é de que os estoques sejam normalizados a partir do primeiro semestre de 2025.”
catapora
A catapora é um vírus transmitido por vias aéreas e com maior incidência no público infantil, mas adultos também podem ser infectados. A doença só se manifesta uma vez no sistema imunológico de quem contrai o vírus.
A contaminação é rápida e os sintomas podem se manifestar em menos de 24 horas. É comum sentir febre e dor de cabeça no início. Logo depois, vão surgindo bolhas vermelhas pelo corpo que coçam e inflamam, podendo deixar cicatrizes no pós-cura. O atual período de tempo seco e clima mais ameno é mais propício para uma maior propagação do vírus.
Em caso de contágio, é necessária uma avaliação médica para orientação adequada quanto ao tratamento que dura, em média, duas semanas.