A Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Três Lagoas (AMA) tem relatado que crianças que convivem com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) não estão conseguindo atendimentos odontológicos no município através do SUS. O motivo seria a falta de sedativos específicos que são utilizados em procedimentos para casos de maior complexidade, como os graus 2 e 3.
Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, Maria Aparecida da Silva, mãe de Danilo, afirma que o filho tem sentido fortes dores nos dentes e que eles se encontram infeccionados. “Ele não deixa mexer. E aqui na cidade não tem sedação. Me encaminharam para Campo Grande, tempo atrás e eu fiquei ‘jogada’. Me mandaram de volta pra cá, para eu mexer com um monte de documentação. Como vou mexer? Eu não aguento mais ver meu filho sofrer tanto com dor de dente toda noite. Meu filho está emagrecendo devido à dor de dente.”
A presidente da AMA, Neide Lima, afirma que outras mães, inclusive ela, se encontram na mesma situação e que há uma lista de espera por atendimentos na rede pública de saúde do município. “Eu já tinha ligado para a secretária [de saúde] e falado sobre o processo do meu filho no dentista. E eu fui orientada a buscar na Justiça. Como vou buscar a Justiça? Isso é desumano demais. É uma coisa básica, é muito simples. No particular, o valor é de R$ 1,2 mil a R$ 1,5 mil, só a sedação. Não é caro implantar esse serviço. Se o particular tem, por que o público não tem?”
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou, por meio de nota, que em casos complexos de sedação, os pacientes são encaminhados para Campo Grande. A pasta também está fazendo um levantamento para saber quantas pessoas estão na fila de espera para oferecer uma melhor orientação.
O Conselho Regional de Odontologia (CRO-MS) afirmou ter entrado em contato com a Prefeitura, que disse estar em fase de contratação do serviço de sedação.
Nos últimos dias, Maria tem relatado que Danilo tem apresentado uma piora no quadro. “Ele não dorme de dor. Já não sei o que fazer, estou entrando em desespero.” A mãe afirma que não obteve nenhum retorno da SMS sobre o caso.