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Entrevista

'Gerar e compartilhar valor é um dos propósitos', diz diretor da Suzano

Fábrica em Ribas emprega em torno de mil profissionais para as operações industriais e dois mil profissionais nas operações florestais

Diretor de engenharia da fábrica de celulose, Maurício Miranda. - Foto: Divulgação/Assessoria
Diretor de engenharia da fábrica de celulose, Maurício Miranda. - Foto: Divulgação/Assessoria

A chegada de uma grande indústria gera emprego, renda e transforma vidas, é exatamente o que ocorre neste momento em Ribas do Rio Pardo, município localizado a quase 100 km de Campo Grande. No fim de julho, a fábrica da Suzano, instalada em Ribas, iniciou a maior linha única de produção de celulose do mundo. Há poucos dias, foi formalizada a entrega da Licença de Operação, durante cerimônia na sede da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), na capital. 

O processo de licenciamento é longo e iniciou antes da implantação do próprio empreendimento por meio da Licença Prévia, depois de Licença de Instalação e após o término da construção, o Imasul faz uma auditoria sobre tudo que foi implementado. Havia um desejo tanto da Suzano, quanto dos órgãos que nos apoiaram para termos um momento de celebração”, disse o diretor de engenharia da Suzano e responsável pelas obras de implantação da nova fábrica, Maurício Miranda. Nesta entrevista ele destaca a experiência de transmitir e compartilhar valores com a sociedade.

 
Quando a fábrica teve a formalização da entrega da licença de funcionamento? 
Maurício Miranda Nós iniciamos a operação no dia 21 de julho e, agora, nesta semana, recebemos oficialmente a licença durante um encontro na Fiems. Fomos recepcionados pelo governador Eduardo Riedel (PSDB) e também pelo Imasul, órgão ambiental, que formalizou a entrega da nossa licença de operação. O processo de licenciamento é um processo longo, que se iniciou antes da implantação do próprio empreendimento, através de concessão de licença prévia, depois uma licença de instalação, e após o término da construção, o Imasul faz uma auditoria sobre tudo que foi implementado para checar se estava conforme os requisitos da licença de instalação. A licença foi emitida no começo do mês, liberando o nosso processo produtivo, mas aí um desejo tanto da Suzano, quanto dos órgãos que nos apoiaram, de a gente ter um momento de celebração e comemoração do projeto. Então, foi um momento de celebrar e consolidar através de um evento, recebendo a licença de operação que garante aí a sequência da fábrica produzindo.

E qual que é a capacidade máxima de produção da fábrica? 
Maurício Miranda Nós estamos falando da maior linha única de celulose do mundo. Ela tem uma capacidade nominal anual de 2 milhões 550 mil toneladas. Logicamente, quando inicia o processo produtivo, a gente faz uma rampa de aceleração. Vou dar o exemplo de um carro. Acabei de comprar um carro, eu não vou usá-lo na sua capacidade máxima, você vai conhecendo, dominando o próprio equipamento. Então, imagine a complexidade de uma fábrica. Atualmente a fábrica está em torno de 50% da sua capacidade nominal e a cada semana, conforme vai ganhando estabilidade operacional, você vai subindo um degrau. A nossa expectativa é que em até nove meses, nós cheguemos ao ritmo nominal contínuo. Significa o quê? Produzir na capacidade nominal diariamente 24 horas por dia. Esse é um objetivo de uma curva que leva em torno de nove meses. Então, a expectativa muito boa. A gente imagina que já nesse primeiro ano ainda, em 2024, a gente produza em torno de 900 mil toneladas e, após um ano com essa produção, atingiremos  a produção máxima de 2,55 milhões de toneladas.

Como está o projeto de expansão das florestas para acompanhar esse ritmo? 
Maurício Miranda É interessante entender que a celulose é produzida na floresta. A celulose é exatamente aquilo que estrutura a árvore, o eucalipto plantado. E esse processo começou lá atrás. A Suzano já tinha uma base florestal importante aqui em Mato Grosso do Sul. Lembrando que a Suzano tem uma operação grande em Três Lagoas, duas linhas de produção em Três Lagoas. A primeira que nós iniciamos em 2009 e a segunda iniciada em 2017. E essa base florestal foi tratada também para, parcialmente, atender aqui esse projeto em Ribas do Rio Pardo. Nós aceleramos o processo de implantação da base florestal. Hoje ele está equalizado. Para o início de partida, a gente acabou tendo que adquirir bastante madeira em pé. Então, ele vai um pouco além do nosso raio estrutural. Esse é um diferencial da unidade Ribas Do Rio Pardo, o raio médio estrutural é de 65 quilômetros apenas. Isso quer dizer que nós trouxemos a fábrica para dentro da floresta, um diferencial competitivo muito importante para a Suzano. Essa base florestal está em formação, foi iniciado o plantio mais fortemente desde 2021, mas leva em torno de seis anos e meio, sete anos, para a árvore estar em ponto de colheita. Então, nesse período, a gente está buscando base florestal, que foi trocada com a base de Três Lagoas e madeira em pé adquirida até um pouco mais longe da nossa operação hoje, mas é só para esse período inicial.

A fábrica também é sustentável na questão da produção de energia, né? 
Maurício Miranda A gente tem uma matriz energética renovável. Ou a gente queima biomassa sólida, que é resíduo de madeira, ou a gente queima biomassa líquida, que é o composto que se chama lignina, que é a biomassa líquida queimada nas caldeiras para geração de vapor. A nossa fábrica conta com três turbinas à vapor, com capacidade de gerar toda a energia necessária para a nossa operação mais um excedente de energia de 180 megawatts, que é suficiente para abastecer uma cidade de 2,5 milhões de habitantes no consumo residencial, o equivalente a duas e meia cidades como Campo Grande.

Na questão social, quais os projetos da Suzano e qual o legado para os moradores da região? 
Maurício Miranda Definimos 21 projetos focados na infraestrutura urbana, como saúde, educação, habitação. Envolveu também aspectos sociais de proteção de direitos. Então, podemos falar em casa de acolhimento, casas de passagem, a fundação do trabalho, uma nova delegacia da polícia civil, a duplicação do hospital municipal, inclusive com 10 leitos de UTI. Então, todo esse processo, entre outros, veio nessa linha de construção de legado. Como uma compensação ambiental do impacto do empreendimento do tamanho do nosso. A gente está muito feliz em gerar e compartilhar valor, que é outro propósito direcionador da Suzano muito importante.