Com a chegada das chuvas, em Três Lagoas, a preocupação com a dengue aumenta. Neste mês de novembro, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) emitiu um alerta sobre a proliferação do mosquito Aedes aegypti, principalmente nas residências, devido ao acúmulo de água em recipientes.
O estudante Carlos Borini, de 22 anos, já foi diagnosticado três vezes com a doença. “O caso mais grave que eu tive foi quando eu fiquei internado, em 2017. A doença se acentuo para uma dengue hemorrágica e o médico até pensou em fazer transfusão de sangue. Eu, internado, não melhorava por nada. Senti muitas dores, inchaço, e precisei fazer um tratamento mais intensivo”.
A dengue não tem tratamento específico, e as recomendações médicas incluem repouso, hidratação com água e soro intravenoso, além de medicamentos para controlar febre e dores no corpo. Apesar dos cuidados, a doença pode deixar sequelas. “Todas as vezes em que tive dengue, após a recuperação, sempre fiquei muito cansado e ofegante. Mas as sequelas da dengue hemorrágica foram bem piores porque eu fiquei mal por um longo tempo“.
Apesar do alerta para o aumento de casos durante o período chuvoso, Três Lagoas registrou 142 casos positivos neste ano, número inferior ao de 2023, quando mais de 4 mil moradores foram infectados.
A situação atual, no entanto, é de alerta, pois o Levantamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) aponta que a cidade apresenta 4% de incidência do mosquito, o que já configura risco de surto de dengue.
O coordenador do setor de Endemias municipal, Alcides Ferreira, explica que o índice considera dados de agosto a outubro deste ano. “Em todos os bairros onde a incidência está alta, a equipe de saúde já está visitando os locais onde foram encontrados focos positivos do mosquito. Os agentes de endemias irão reforçar as visitas aos quintais das casas, eliminar os criadouros e proteger os locais que precisam ser mantidos com água, para evitarmos um surto da doença“.
O Ministério da Saúde classifica as cidades em três níveis de monitoramento, sendo considerado satisfatório quando fica abaixo de 1%, situação de alerta quando está entre 1% e 3,9%, e risco de surto quando atinge ou ultrapassa 4%.
Em 2024, Três Lagoas já notificou 2.051 casos de dengue, mas o coordenador afirma que a doença está controlada. “Nós estamos trabalhando com o método chamado ‘bloqueio de caso’, onde nossa equipe vai até o local que foi notificado, delimita nove quarteirões e realiza a borrifação do veneno em todas as residências dessa área para eliminar o mosquito que possa estar infectado com a dengue”.
A orientação do setor de Endemias é que, assim que a chuva passar, seja realizada uma vistoria no quintal, eliminando qualquer água parada que não seja necessária. Materiais descartáveis devem ser colocados para a coleta pública, enquanto os reutilizáveis devem ser esvaziados, secos e guardados em local coberto. É importante também lavar o bebedouro dos animais com bucha e sabão para eliminar os ovos do mosquito. Reservatórios de água devem ser tampados e os ralos fechados. Ao adotar essas medidas, uma vez por semana, evita-se que o mosquito chegue à fase adulta, reduzindo o risco de o morador contrair a doença.