Nos rios Paraná e Sucuriú, em Três Lagoas, na Costa Leste de Mato Grosso do Sul, observa-se um aumento significativo no número de arraias, um fator ambiental que tem ocorrido ao longo dos anos e que pode trazer consequências também para o ser humano.
Alfredo Cruz é um pescador experiente no Rio Paraná há duas décadas. Ele tem notado uma grande proliferação de arraias na região, afetando não só a pesca, mas também representando perigo para os pescadores e visitantes. “Há 7 anos eu fui atacado por uma arraia. Mesmo tomando injeção, a dor não passa, é muito intenso. Foi uma semana em tratamento até sarar”, relata.
O professor de biologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Fernando Carvalho, especializado na biodiversidade dos rios de água doce, identifica dois tipos de arraias que têm se multiplicado nos rios da região desde 2005. “As arraias subiram do Baixo rio Paraná para o Alto. É uma espécie invasora, representando um problema biológico com a desestruturação do ecossistema e saúde pública”.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, entre os anos de 2023 e 2024, quatro pessoas precisaram de atendimento médico após ataques de arraias, em Três Lagoas.
Carvalho ressalta que as ações humanas causaram um desequilíbrio ambiental que atraiu as arraias para uma área onde não eram comuns. Ao longo dos anos, essas espécies têm se adaptado cada vez mais à região e até mesmo adentrado outras bacias hidrográficas, como a do rio Tietê, no estado de São Paulo.
Confira a reportagem abaixo: