A inflação oficial do mês de março foi registrada em 0,56%, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar dessa desaceleração em relação ao mês anterior, quando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) havia alcançado 1,31%, os preços dos alimentos continuaram a subir.
Foi observada uma alta de 1,17% no setor de alimentação e bebidas, sendo essa a maior variação desde dezembro de 2023. Naquele mês, os alimentos haviam subido 1,18%. Além disso, nos últimos 12 meses, foi identificado um aumento acumulado de 7,68% nos preços dos alimentos.
No município de Três Lagoas, a alta é sentida diretamente pelos consumidores. Muitos moradores relataram que o impacto está sendo percebido especialmente em itens como café, ovos e tomates.
Impacto para os Consumidores
“Você levava quatro pacotes de arroz, hoje leva três. A carne, que antes era três quilos, agora é um ou dois. O tomate estava R$ 5 e já está até R$ 11”, relata José Ivan, consumidor entrevistado em um supermercado da cidade.
A estratégia encontrada por muitos para lidar com os preços altos tem sido reduzir o consumo. “A primeira reação é diminuir o consumo, até o mercado voltar a nos dar a oportunidade de tomar o velho cafezinho três vezes ao dia”, afirma Franco Araújo, outro cliente.
Causas e Recomendações
De acordo com o economista Aldo Barrigossi, fatores climáticos e externos explicam a escalada de preços.
“Houve uma redução da oferta mundial de café, o que afeta a disponibilidade no mercado interno. Também houve aumento no custo da ração das galinhas, impactando o preço dos ovos”, explica.
Além disso, o aumento da exportação de ovos e café também contribui para a menor oferta no país.
Já para os comerciantes, o cenário é desafiador. Leandro Tebet Thomé, dono de uma grande rede de supermercados em Três Lagoas, afirma que os empresários também enfrentam aumentos de preços nas compras. “Tentamos não repassar tudo para o consumidor, reduzimos a margem, porque sabemos da dificuldade de venda”, diz.
A recomendação, segundo Barrigossi, é pesquisar. “Pode não haver redução nos próximos meses, mas é possível economizar pesquisando preços e aproveitando promoções semanais”, orienta.