O julgamento de cinco pessoas acusadas de integrar uma facção criminosa e de envolvimento no sequestro de Thayla Braz de Melo, ocorreu na quarta-feira (12), no Fórum de Três Lagoas. A vítima teria sido alvo do grupo criminoso sob alegação de ser responsável pela morte do ex-marido, Robson Rock Gonçalvez, conhecido como Lacoste, que era integrante de alta hierarquia do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa. Ele foi morto, em 7 de novembro de 2015.
Thayla foi levada, primeiramente, para uma casa no bairro Jardim Guanabara e, depois, transferida para um apartamento no Conjunto Habitacional Orestinho, onde foi interrogada durante cerca de duas horas. Os criminosos a questionavam insistentemente sobre o motivo de ela ter demonstrado luto antes da descoberta do corpo de seu marido e sobre seus contatos com outras pessoas enquanto ele ainda estava vivo. Os acusados, entre eles membros da facção PCC, alegavam que Thayla estava envolvida na morte de Lacoste, algo que foi desmentido.
A execução da mulher foi impedida graças à intervenção da Polícia Civil, após a mãe de Thayla ter procurado o Setor de Investigação Geral (SIG) em busca de ajuda. Na época, o delegado Ailton Freitas, hoje delegado regional de Polícia Civil, foi fundamental na atuação para salvar a vida da vítima, que estava à mercê da facção criminosa.
O julgamento envolveu os seguintes réus:
- Romário Aparecido Dias, integrante do PCC, foi condenado a prisão em regime fechado de 6 anos por tentativa de homicídio duplamente qualificado, além de 3 anos e 6 meses por integrar organização criminosa.
- Patrícia Rock Gonçalvez, irmã de Robson (Lacoste), não era integrante do PCC, mas foi responsável por ordenar a execução de Thayla. Ela foi condenada a 6 anos, 2 meses e 9 dias de reclusão, em regime semiaberto, pelo homicídio duplamente qualificado.
- Jonathan William Abreu Souza, também integrante do PCC, recebeu uma sentença de 7 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado e 3 anos por integrar organização criminosa, em regime semiaberto, devido ao tempo já cumprido na prisão.
- Marlene dos Santos Pedro, integrante do PCC, foi condenada a 9 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado, tentativa de homicídio e envolvimento com a facção criminosa, sendo a pena estabelecida para regime fechado.
- Michael Alvez Martins, membro do PCC, foi condenado a 10 anos de prisão em regime fechado, pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, tentativa de homicídio e envolvimento com a organização criminosa.
O julgamento do caso, que durou mais de 12h, foi transmitido na íntegra ao vivo no canal do Youtube da Justiça da Primeira Vara Criminal de Três Lagoas, onde ocorre todos os julgamentos que vão a Júri Popular. Além disso, a população pode acompanhar outros casos na página do Tribunal do Júri de Três Lagoas.