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Série especial

Desafios em Três Lagoas: Lei da oferta e procura eleva os preços dos aluguéis e imóveis

Setor imobiliário foi o tema da última reportagem da série produzida pelo Grupo RCN sobre os desafios em Três Lagoas, exibida nesta semana na TVC

Setor Imobiliário foi o tema da quinta e última série de reportagens sobre os desafios em Três Lagoas
Setor Imobiliário foi o tema da quinta e última série de reportagens sobre os desafios em Três Lagoas | Foto: Divulgação

O setor imobiliário em Três Lagoas vive um desafio em 2025. A cidade, conhecida por seu crescimento econômico e atração de grandes indústrias, enfrenta um mercado aquecido que impacta diretamente os custos de aluguéis e dificulta o acesso à casa própria, especialmente para populações de menor renda.

A professora Amanda Barbosa relata as dificuldades em encontrar um imóvel com preço acessível. “Os valores estão cada vez mais altos. É um absurdo quando são casas que nem estão em condições adequadas e nem justificam o valor. Eu procuro há mais de um ano e só agora encontrei um apartamento por R$ 650. Mesmo assim, é quase metade de um salário mínimo. Isso é inviável, principalmente para quem tem filhos ou outras despesas”, afirma.

O aumento no custo dos aluguéis reflete a alta procura por moradia, impulsionada pela chegada de novas indústrias em Três Lagoas e região e a falta da construção de casas populares nos últimos oito anos. De acordo com Luciana de Almeida, presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul (Sindimóveis), o mercado imobiliário segue otimista para 2025, mas a lei da oferta e procura tem elevado os preços. “Com a chegada de grandes indústrias e o desenvolvimento econômico, a demanda por aluguéis aumenta. Isso é natural em uma cidade em crescimento”, explica.

Apesar do cenário promissor, a alta da taxa Selic e a inflação dificultam o financiamento de imóveis, afetando principalmente as faixas de renda mais baixas. “Hoje não temos mais opções de entrada zero. As taxas de financiamento estão na faixa de 9,5% a 12%, o que exige planejamento. Mas ainda há boas oportunidades, especialmente com descontos oferecidos por construtoras no final do ano”, afirma Luciana.

Para Amanda Barbosa, soluções como projetos de moradias populares são essenciais para a população. “Nem todo trabalhador tem condições de financiar uma casa, e boa parte do salário acaba indo para o aluguel. Isso é inviável”, diz.

O mercado de condomínios fechados e prédios também cresce em Três Lagoas, atendendo diferentes perfis de renda. Segundo Luciana, “Os condomínios fechados são uma tendência, pois oferecem lazer e segurança. Além disso, os prédios são uma opção mais acessível devido à concentração de unidades. Essa diversidade de opções é o que fortalece o mercado”, ressalta.

Enquanto o setor avança, o desafio permanece em equilibrar o crescimento econômico com a qualidade de vida dos moradores, tornando a moradia acessível para todos. A presidente do sindicato destaca que, planejamento financeiro e orientação especializada, são indispensáveis para quem deseja adquirir um imóvel ou investir na região.