A campanha “Agosto Dourado” trabalha com a conscientização a respeito da importância do leite materno na alimentação da criança. O nutriente é composto por anticorpos, carboidratos, enzimas, ferro, gorduras, hormônios, minerais e vitaminas. O leite é essencial para a formação do bebê e deve ser introduzido já nas primeiras horas de vida.
Ao nascer, o bebê já deve ter acesso ao colostro, que é uma substância espessa e amarelada e de baixo volume, que fica concentrada na mama durante as primeiras 72h do período pós-parto. Ele funciona como uma espécie de imunidade natural neste primeiro contato com o ambiente externo. Para a enfermeira e gestora da maternidade infantil do Hospital Auxiliadora, Thieise Calderon, o colostro é uma fonte indispensável para o bebê. “É a ‘vacina da vida’! A mãe passa uma imunidade ao bebê. O bebê pode não mamar já nas primeiras horas de vida, mas precisamos incentivá-lo para que isso ocorra em algum momento. Nem todas as mães conseguem produzir o colostro e isso não é uma regra. O comum é que, no terceiro dia de vida dessa criança, a mãe já consiga produzir o leite materno.”
Até o sexto mês de vida, o recém-nascido deve ter o leite materno como única fonte de alimentação. Após esse período, devem ser introduzidos outros alimentos na dieta, mas isso deve ser feito com a orientação de um pediatra. O ideal é que a amamentação continue acompanhando a alimentação do bebê até os dois anos de idade.
Para Thieise, existem muitos mitos que cercam a amamentação e eles precisam ser desconstruídos. “O bebê não precisa mamar de três em três horas. Não é bem assim. Ele precisa mamar quando estiver com fome, ou seja, é por livre demanda. O bebê só chora por dois motivos: quando ele está com fome ou quando tem dor. E eu reforço: antes dos seis meses, nada de chá, chupeta ou mamadeira.”
Em certos casos, a mãe não consegue produzir leite materno devido a uma série de condições de saúde. Há casos em que a amamentação é contraindicada: quando há risco de transmissão do vírus HIV ao filho, por exemplo. Quando isso ocorre, a maternidade do Hospital Auxiliadora atua para fornecer alternativas a criança, como a introdução de uma fórmula láctea produzida na instituição.
Ainda neste ano, o HA deve inaugurar o banco de leite materno, que deve auxiliar mães com o leite natural materno e pasteurizado, assim garantindo a saúde da criança.