A cada dia, golpistas se aperfeiçoam e desenvolvem novas estratégias para obter dados pessoais e bancários de vítimas, causando prejuízos financeiros em diversas cidades. Em Três Lagoas, somente neste ano, já foram registrados 24 casos de estelionato, atingindo pessoas de todas as idades — incluindo idosos, adultos, jovens, um adolescente e até mesmo uma criança — conforme levantamento da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp). Em 2024, o município fechou o ano com 200 ocorrências do tipo.
No cenário estadual, os dados também preocupam. Entre janeiro e abril de 2025, foram contabilizados 2.690 casos de estelionato em Mato Grosso do Sul. No acumulado do ano anterior, o número chegou a 14.621 registros.
Entre os golpes mais frequentes estão os que envolvem uso indevido de cartões de crédito e transferências via Pix. Os criminosos se passam por amigos ou familiares, enviam links falsos por redes sociais ou por aplicativos de mensagens como o WhatsApp, sempre com o objetivo de enganar a vítima e obter vantagens financeiras.
FALSO ADVOGADO
Um golpe que tem chamado a atenção em Três Lagoas envolve estelionatários que se passam por advogados. Fingindo representar escritórios de advocacia, eles entram em contato com supostos clientes e informam que uma indenização em um processo já está liberada. Em seguida, solicitam dados bancários para realizar o depósito, mas em poucos segundos esvaziam as contas das vítimas.
O advogado Alex Ramires, que atua em Três Lagoas, relatou que ele e alguns de seus clientes foram alvos de estelionatários. “Bandidos e organizações criminosas se passam por escritórios de advocacia. Entram em contato com os clientes, extraem informações privilegiadas e, em muitos casos, conseguem tirar dinheiro de pessoas que mal têm recursos para passar o mês”, lamentou. Segundo ele, alguns clientes chegaram a receber ligações dos golpistas e acabaram tendo prejuízos significativos.
SOB ALERTA
O motorista Reginaldo Garcia também foi vítima de golpe ao realizar compras em sites falsos. Desde então, passou a redobrar a atenção. “Já comprei um celular e peças de carro por R$ 500, mas nunca recebi nada. Depois descobri que a loja nem existia. Agora, sempre verifico se a página é real antes de fazer qualquer pagamento”, contou.
Prevenção
Para evitar ser enganado, o delegado Ricardo Cavagna, titular do Setor de Investigações Gerais (SIG) da Polícia Civil de Três Lagoas, alerta para os cuidados ao navegar na internet. “É fundamental verificar o endereço de e-mails e sites antes de fornecer qualquer dado. Links recebidos por SMS, redes sociais e e-mails suspeitos são as principais formas de golpe atualmente. A checagem prévia pode evitar grandes prejuízos”, orientou.
Quanto aos golpes do “falso advogado”, a Ordem dos Advogados de Mato Grosso do Sul (OAB-MS) alerta que nenhum profissional da área pede dados bancários por mensagem ou promete liberação imediata de indenizações. Também reforça que a população deve sempre verificar com o advogado de confiança se há algum processo ou valor liberado.
Além disso, a pessoa deve ficar atenta quando às mensagens se apresentam com linguagem jurídica rebuscada para parecerem mais “oficiais”.