Mato Grosso do Sul registrou quase 19 mil novos microempreendedores individuais no primeiro semestre de 2024. Este é o maior número registrado em cinco anos, considerando o período de janeiro a junho. Só comparando o primeiro semestre deste ano com o mesmo período do ano passado foram 15% de crescimento.
A informação é do analista-técnico do Sebrae MS, Carlos Henrique Oliveira. Ele aponta vários fatores que influenciam nesse crescimento, entre eles, o trabalho de divulgação e orientação aos empreendedores. Carlos Henrique Oliveira detalhou como é feito o trabalho de orientação aos que querem empreender no estado.
O que explica este número recorde?
Carlos Henrique Oliveira Existem vários fatores que podem influenciar e eu adianto que mesmo com pandemia, cenários positivos ou não, nos últimos cinco anos, no primeiro semestre de cada ano tem verificado crescente número de formalização de Microempreendedores Individuais – os MEIs. Tanto no que se refere a negócios por oportunidade, quanto negócios por necessidade. Pessoas que estão partindo para o empreendedorismo, abrindo a própria empresa e aí vê na figura do on-line como primeiro passo, já que é uma forma bem simplificada. Tem algumas questões de segurança que são importantes para que não ocorram fraudes, mas é um processo totalmente on-line pelo portal do governo.
E como o Sebrae/MS contribui?
Carlos Henrique Oliveira Temos nos empenhado na divulgação, tanto na parte do conhecimento quanto do empreendedorismo e essa disseminação está dando os frutos, porque o empreendedor sul-mato-grossense está buscando o Sebrae cada vez mais, entendendo a conexão e como ele pode empreender abrindo o seu próprio MEI, para que tenham margem de lucro, podendo faturar com licitações, inclusive. Então são oportunidades que surgem e que ajudam nesse número, nesse crescimento. Só comparando o primeiro semestre deste ano com o mesmo período do ano passado, o aumento foi de 15% de crescimento.
Que tipo de apoio o Sebrae oferece para quem quer empreender e para quem já é empreendedor?
Carlos Henrique Oliveira O Sebrae/MS oferece todo o auxílio, desde o início, esclarecendo o que é o MEI. Temos o atendimento para que a pessoa tenha a compreensão sobre o que é, os benefícios, as regras, a legislação. Para que possa compreender o cenário, quais taxas estão isentas. Também auxiliamos na formalização e quem já é MEI, oferecemos toda a atenção, por meio de acompanhamento com soluções, treinamentos, orientações. São capacitações, consultorias, para ajudar nesse desenvolvimento e manter os negócios para que ele possa gerir, administrar na melhor forma. É fundamental que a pessoa entenda todo o processo, porque é possível se tornar um fornecedor de produtos e serviços tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, além do governo.
Existem cursos gratuitos?
Carlos Henrique Oliveira Sim. O Sebrae atua com a empresa, mas sabemos que a empresa é a pessoa em primeiro lugar. Então, nós temos soluções gratuitas, tanto on-line quanto soluções presenciais. Nós temos também, pelo 0800, que é a nossa central de atendimento, de informações para ajudar esse empreendedor a iniciar os seus negócios e também a expandir.
Quando se fala em expandir é o que exatamente?
Carlos Henrique Oliveira O que se pode fazer em termos de expansão é a microempresa. A microempresa já seria o primeiro passo para esta expansão dos negócios. Eu, particularmente, falo que o MEI – até pela questão social, quando o governo iniciou o MEI, ele veio com a proposta de inclusão social, não há nada de errado em a pessoa se sustentar e criar novos negócios – agora para a pessoa poder faturar, expandir ela precisa se adaptar e fazer essa migração, que é a microempresa.
O que muda? O faturamento?
Carlos Henrique Oliveira O MEI, hoje, ainda continua até R$ 81 mil bruto /anual – de janeiro a dezembro, a pessoa tem de ter este faturamento. A microempresa já vai até R$ 360 mil bruto/anual. Então, é um pulo de R$ 6.700, em média, por mês, para R$ 30 mil mensais. É uma boa oportunidade.
Para quem está no início do processo, como funciona o atendimento?
Carlos Henrique Oliveira O horário do Sebrae é das 8h da manhã às 17h, direto, sem pausa para almoço. E nós temos três pontos de atendimento: a sede do Sebrae, que está localizada no centro de Campo Grande, na Avenida Mato Grosso, 1.661. Também temos a unidade na região Norte da Capital, no bairro Nova Lima, que fica na Rua Jerônimo de Albuquerque, 1.758. E um outro posto de atendimento a região Sudoeste da Capital – Rua da Divisão 545. Não precisa agendar, basta comparecer ao Sebrae com documentos pessoais e comprovante de residência. É necessário também um celular com o aplicativo Gov.Br, atualmente tudo está sendo feito pelo aplicativo do governo. E nós auxiliamos em todo o processo – desde o cadastro com as orientações, até a formalização do MEI, e a pessoa já sai com o CNPJ se for uma atividade de porta a porta, por que existe a questão da legislação para ponto fixo.
Essa “assessoria” inicial tem custo para o empreendedor?
Carlos Henrique Oliveira Não, nosso atendimento é gratuito. Basta comparecer a um dos nossos pontos de atendimento. Nós também temos atendimentos por telefone. Claro que não dá para fazer tudo, todos os procedimentos de abertura e tudo mais, mas a pessoa em casa pode buscar orientações. O telefone é 0800 570 0800, esse também é o WhatsApp do Sebrae de Mato Grosso do Sul. Neste telefone, o Sebrae dá todo o apoio para os primeiros passos e forma que a pessoa progredir como MEI, e futuramente como uma microempresa e crescer ainda mais.
Desses novos empreendimentos abertos, tem alguma área que se destacou mais?
Carlos Henrique Oliveira Como os dados são recentes, não conseguimos analisar por completo, mas conseguimos acompanhar uma constante de atividades que está despontando, como as a área da beleza, salão de beleza, cabeleireiro, barbeiro, manicure, pedicure, estética. Também temos o pessoal da construção civil, como os famosos “marido de aluguel”. O MEI nesta área pode fazer pequenos reparos. Então, manutenção, pedreiro, eletricista, encanador, jardineiro, todos esses serviços também estão embutidos no setor da construção civil. E podemos citar também o comércio de roupas e vestuário, que teve um aumento significativo, e por último o setor de alimentação, como lanchonetes, padarias, bares, essas atividades. Todas essas atividades sempre despontam das outras.
Qual é o benefício para quem tinha um empreendimento informal e se torna MEI?
Carlos Henrique Oliveira Primeiramente é a inclusão social. A pessoa vai ter um CNPJ, um estabelecimento oficial formalizado. Como cliente, nós olhamos diferente quando se trata de uma empresa formal e isso dá mais garantia. O MEI recolhe o INSS também, destas forma a pessoa vai ter todas as garantias dentro da legislação do INSS. Além de poder emitir nota fiscal.