Três Lagoas se destaca como uma das 100 melhores cidades do Brasil, de acordo com o ranking Connected Smart Cities, verificado em pesquisa realizada pela consultoria Urban Systems. Ocupando a 62ª posição entre as Cidades Sustentáveis, somos a cidade que é considerada a 7ª colocada na região Centro-Oeste e a 34ª, entre as cidades de porte médio. Esses avanços são notáveis, mas revelam também alguns desafios, principalmente quando o assunto é mobilidade urbana.
A cidade ao ficar fora do levantamento top 100, que afere essa circunstância no ranking de mobilidade urbana, verifica que se faz necessário e com urgência programar melhorias para o setor. Questões como a ausência de ciclovias, falta de instalação de semáforos inteligentes e a alta dependência de utilização da população pelo transporte individual, refletem suas dificuldades.
Com 141 mil habitantes e 103 mil veículos cadastrados no Detran, Três Lagoas vive o desafio em gerenciar a crescente frota de veículos automotores, enquanto o transporte público é deficiente. As dificuldades no transporte público de Três Lagoas se arrastam por anos e anos.
Descontentes com esse serviço explorado pela iniciativa privada, moradores relatam problemas que vão desde a falta de informações sobre rotas e horários de ônibus sem conforto, sujos, sem ar condicionados, além da escassez de pontos com cobertura que abrigam do sol, calor e chuva, os usuários desse serviço. Essas falhas tornam a locomoção um desafio desanimador, levando o usuário a optar pelo uso de veículos particulares que estão ao seu alcance, que vão desde bicicletas, motos, automóveis e demais meios, colocando na rua um grande contingente de usuários dependentes do uso de meios de transporte próprios, e causando o consequente aumento do tráfego e emissão de poluentes.
Outro ponto a ser considerado especificamente é o aumento no uso de bicicletas elétricas. Embora, representem uma alternativa sustentável, muitos usuários ainda não possuem o conhecimento adequado sobre as regras de trânsito e causam transtornos e surpresas pelas suas condutas no tráfego da cidade e até acidentes. Investir em transporte público de qualidade será solução que exige decisão urgente, que contribuirá para a redução da quantidade de veículos nas ruas, emissão de gases e colaborará para a preservação do nosso meio ambiente.
Certamente, e espera-se que a próxima gestão da administração municipal eleja como uma das suas prioridades a mobilidade urbana. A utilização de ônibus elétricos, que não emitem gases, além de mais confortáveis e de baixo custo operacional pode ser uma das soluções. Se introduzir o uso desses ônibus, a municipalidade não precisará subsidiar com recursos financeiros a empresa que explora esse serviço com precariedade como assim tem feito. É preciso avançar nessa questão e, até se possível, instituir-se a gratuidade no transporte urbano público para garantir uma boa qualidade de vida para a população. Pensar e planejar o futuro de Três Lagoas para enfrentar seus desafios, certamente, deverá ser um dos focos da próxima administração que terá início a partir de 1º de janeiro de 2025.