O governo de Mato Grosso do Sul, por meio do Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE), anunciou recentemente que o trecho da BR-262 entre Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo não será duplicado, justificando a decisão pela falta de demanda de tráfego. A duplicação ocorrerá apenas no trecho entre Campo Grande e Ribas do Rio Pardo, onde o fluxo diário de veículos ultrapassa 5 mil, conforme estudos técnicos.
A BR-262 é uma via crucial que liga Três Lagoas à capital do estado, Campo Grande, passando por cidades como Água Clara e Ribas do Rio Pardo. A duplicação do trecho até Campo Grande é uma demanda antiga dos três-lagoenses e de todos que utilizam essa rodovia, que é um importante corredor logístico na região.
Apesar da justificativa do governo, muitos motoristas e profissionais que utilizam a BR-262 têm manifestado insatisfação com a decisão. Marcelo Perrone, que é motorista profissional há 27 anos, defende a duplicação completa da rodovia. Ele discorda do argumento do governo sobre o baixo movimento de veículos como motivo para não duplicar o trecho integralmente.
Os valores dos pedágios nas rodovias concedidas à iniciativa privada devem variar entre R$ 4,70 e R$ 15,20, o que gera ainda mais críticas entre os motoristas, que consideram a cobrança injusta sem a duplicação total da via.
Osiel Roque Maria, mecânico e usuário frequente da BR-262, também se posiciona contra a justificativa do governo. Ele afirma que o trânsito na rodovia é intenso e que a duplicação completa é necessária para garantir mais segurança aos motoristas.
O governo do estado lançou uma consulta pública para coletar sugestões sobre o projeto de concessão, que estará aberta até o dia 6 de setembro de 2024. As contribuições podem ser enviadas por meio de um formulário disponível no site do Escritório de Parcerias Estratégicas. O governo também destacou que, nas áreas urbanas, serão construídos contornos para desviar o tráfego pesado dos centros das cidades, o que deve diminuir o risco de acidentes.
Por outro lado, o engenheiro Milton Rocha Marinho, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Três Lagoas, já havia criticado o modelo de concessão adotado pelo governo do estado, que prevê a cobrança de pedágios sem a duplicação completa da rodovia.
Veja a reportagem abaixo: