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MS tem a pior internet do Centro-Oeste e usuários sofrem com instabilidade

MS tem a pior internet do Centro-Oeste e usuários sofrem com instabilidade - Divulgação / Reprodução TVC HD
MS tem a pior internet do Centro-Oeste e usuários sofrem com instabilidade - Divulgação / Reprodução TVC HD

A internet se tornou uma necessidade básica para quem trabalha, estuda e precisa se manter conectado. No entanto, em Mato Grosso do Sul, a realidade é preocupante: oscilações constantes, baixa qualidade e falta de infraestrutura dificultam a vida dos moradores e das empresas que dependem de uma conexão estável. Um levantamento inédito aponta que o estado tem a pior internet da região Centro-Oeste.

A rotina digital dos sul-mato-grossenses é desafiadora. Reclamações sobre conexão intermitente e falhas técnicas são frequentes. O problema afeta diretamente a produtividade e a comunicação, prejudicando setores como comércio, indústria e serviços públicos.

Um estudo do prêmio Melhor Plano.net revelou que a velocidade média da banda larga residencial no estado é de 157,09 megabits por segundo. Mato Grosso do Sul ocupa a última posição no Centro-Oeste, ficando atrás de Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal. No ranking nacional, o estado aparece apenas na 20ª colocação. A capital, Campo Grande, também teve um desempenho ruim, registrando a menor média de upload entre as capitais da região.

A baixa qualidade da internet impacta o desenvolvimento econômico do estado. O consultor de desenvolvimento econômico e regional, Diógenes Marques, alerta que a falta de infraestrutura de comunicação prejudica a atração de investimentos. “Você atrai empresas, consegue processos desburocratizados, mas sem infraestrutura de comunicação, isso se torna um grande problema. Um exemplo simples: temos um hospital regional que recebe pacientes de toda a Costa Leste. Se um paciente está sendo transferido de um município para outro e ocorre uma emergência, como garantir uma comunicação eficiente se, ao sair 10 ou 15 quilômetros de qualquer cidade, já não há sinal de internet?“.

O problema também afeta empresários, que podem perder negócios por falta de conexão. “Se um empresário está se deslocando entre cidades e precisa assinar um contrato urgentemente, ele pode perder milhões porque ficou sem sinal por uma ou duas horas”, destaca Marques.

Outro obstáculo é a falta de padronização entre operadoras. Em muitas cidades, apenas uma operadora funciona de forma adequada, obrigando os consumidores a mudar de plano conforme a região onde estão.

Três Lagoas e outras cidades sofrem com baixa velocidade

O estudo também analisou os municípios sul-mato-grossenses e revelou que Três Lagoas e Ponta Porã têm as piores velocidades de internet. Em Três Lagoas, a média de upload é a mais baixa do estado, o que impacta tanto usuários comuns quanto empresas que dependem de upload rápido para armazenar dados na nuvem ou fazer reuniões online. A situação também é crítica em Dourados, Aparecida do Taboado, Cassilândia e Ribas do Rio Pardo.

A falta de investimentos na infraestrutura de telecomunicações é um dos principais fatores desse cenário. “Cidades como Inocência, que está em grande expansão, recebem grandes empresas, mas todas sofrem com a precariedade da internet. O mesmo ocorre em Aparecida do Taboado, Cassilândia, Brasilândia e Ribas do Rio Pardo. Quem viaja por essas regiões enfrenta longos trechos sem sinal, o que é inadmissível em pleno século XXI”, reforça Marques.

Apesar da chegada do 5G em 18 dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul, a tecnologia ainda não funciona como deveria. “Muitas vezes, o sinal aparece como 5G, mas não funciona. Em várias áreas, nem o 4G opera de maneira confiável”, ressalta Diógenes.