O ano letivo de 2025 começou com uma nova regulamentação para estudantes de escolas públicas e privadas em todo o Brasil. A Lei Federal número 15.100 proíbe o uso de aparelhos eletrônicos portáteis pessoais durante as aulas, recreios e intervalos em todas as etapas da Educação Básica. Em Três Lagoas, a nova norma recebeu apoio da maioria dos pais e responsáveis, embora algumas infrações já tenham sido registradas nas unidades escolares.
A diretora da Escola Estadual Dom Aquino Corrêa, Sandra Maia, destacou os desafios enfrentados com a aplicação da medida. “É um momento difícil para alunos, pais e para nós, educadores. O celular se tornou um vício e um meio de comunicação essencial para as famílias. A lei permite que o aluno traga o aparelho, mas ele deve permanecer desligado dentro da mochila. Caso precise entrar em contato com os pais, o estudante deve procurar a direção”, explicou.
Nos primeiros quinze dias de aulas, a escola registrou mais de 50 ocorrências de uso indevido de celulares em sala de aula, incluindo casos reincidentes. Os aparelhos foram recolhidos e os pais chamados para esclarecimentos. Embora a grande maioria dos responsáveis apoie a medida, alguns demonstraram resistência. “Tivemos um ou dois casos de pais que se opuseram e chegaram a ofender a direção. Mas é uma lei federal e precisa ser cumprida igualmente por todos”, ressaltou Sandra Maia.
A Escola Estadual Dom Aquino Corrêa, que possui o maior número de alunos em Três Lagoas, com mais de 2.000 matriculados, registrou que apenas 2,5% dos estudantes descumpriram as novas regras. A coordenadora regional de Educação, Marizete Bazé, reforçou a necessidade de cumprimento da lei. “Não é uma decisão da escola ou da direção, é uma determinação federal. Os pais precisam ter consciência e apoiar a instituição de ensino. O desrespeito pode gerar penalizações legais”, alertou.
Apesar das dificuldades iniciais, professores começam a notar impactos positivos. O professor de história, José Cordeiro destacou o aumento do engajamento dos alunos. “Eles participam mais, questionam e interagem melhor durante as aulas. Percebi que o rendimento tem melhorado, e isso é muito positivo”, afirmou.
A lei segue em vigor, com a expectativa de que a adaptação se consolide ao longo do ano letivo, promovendo maior atenção e interação entre os alunos dentro das salas de aula.