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Entrevista

Nova reitora da UFMS aposta em diálogo e governança para crescimento

Orçamento da UFMS ultrapassa R$ 1 bilhão e será utilizado para manter e ampliar projetos de ensino, pesquisa e extensão

Mandato da professora Camila Ítavo é de quatro anos e vai até 2028. - Foto: Fernando de Carvalho/CBN
Mandato da professora Camila Ítavo é de quatro anos e vai até 2028. - Foto: Fernando de Carvalho/CBN

A professora e atual vice-reitora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Camila Ítavo, será a nova reitora da institução para um mandato de quatro anos (2024-2028). A nomeação foi oficializada por meio de um decreto publicado no Diário Oficial da União e a posse está marcada para o dia 27 de outubro. A escolha de Camila como reitora foi resultado de uma consulta pública realizada entre a comunidade universitária, na qual ela obteve a maioria dos votos nos três segmentos, professores, técnicos e estudantes.

Como está a expectativa para assumir o cargo? 
Camila Ítavo:
Eu me sinto muito honrada em ter a confiança dos meus colegas, dos nossos estudantes, para a gente poder cuidar da nossa amada Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Muitos sonhos, muitos projetos e a alegria de ter o plano de trabalho referendado pela comunidade e também pelo governo federal. Hoje, a UFMS é referência em boas práticas no Brasil, entre as universidades federais. Temos a possibilidade de aprimorar isso porque teremos 60 dias para fazer uma transição, isso nos dá mecanismos de gestão e governança, para pensarmos na equipe, pois todas as ações, as entregas de maneira muito mais tranquila e um processo baseado em diálogo. Estamos num momento muito especial da universidade em que a gente discute os rumos que queremos para a UFMS em 2030, através da discussão do Plano de Desenvolvimento Institucional. Neste ano terá uma inovação que é a UFMS participativa, queremos ouvir de maneira mais próxima todos os estudantes, técnicos, professores e a sociedade, de modo que a gente tenha um plano de voo cada vez mais acurado, cada vez mais em sintonia com a comunidade. Então, acho que nós temos aí um ambiente muito favorável e propício para o crescimento e desenvolvimento da UFMS.

Como a sua experiência como vice-reitora lhe preparou para assumir a gestão da UFMS? 
Camila Ítavo:
Por oito anos fui vice-reitora do professor Marcelo Turine , uma honra ter trabalhado ao lado dele. E, se a gente for levantar o legado, saímos de 18 mil estudantes em 2016, para 40 mil estudantes hoje na UFMS. Também temos um aumento no conceito da qualidade dos cursos e nós tínhamos um conceito institucional que era equivalente a 3, o máximo é 5, alcançamos a nota máxima no presencial e também na educação à distância nota máxima. O Brasil tem 69 universidades federais. Das 69, somente 11 têm esse conceito máximo. Eu falo que a nossa régua, enquanto universidade, ficou mais alta. A gente não quer retroceder. Então, primeiramente, tudo que está bom será mantido e aprimorado. E o que a gente tem que avançar será encarado para que possamos melhorar a cada momento. Falo que, às vezes, as pessoas confundem continuidade com continuísmo. Então, a continuidade das políticas públicas que funcionam, de tudo que está ok, é excelente. Não pode ser continuísmo, ficar naquele marasmo. Nosso plano de trabalho, foi aprovado pelos estudantes, técnicos e professores e tem três grandes pilares. O primeiro é ser uma universidade inclusiva, acessível e inovadora. Sobre projetos estratégicos, são vários, mas a gente sempre vai trabalhar como foco na excelência no ensino, pesquisa, extensão, empreendedorismo, inovação, desenvolvimento social, ambiental e econômico, a governança, gestão e transparência. E, fundamentalmente, é olhar para as pessoas, que são as executoras, professores, técnicos e os estudantes em conjunto, para que a gente possa melhorar e ampliar as entregas da UFMS para a sociedade.

Como será  a gestão do orçamento para colocar tudo isso em prática? 
Camila Ítavo:
Temos um grande orçamento. O orçamento aprovado ultrapassa R$ 1 bilhão. Então, é um grande recurso quando a gente pensa nisso, mas 84% desse orçamento é folha de pessoal. Do que a gente tem de custeio, que é o que a gente paga no dia a dia da universidade, a gente tem sobra para a gente executar 173 milhões de reais, em que quase 65% desse valor são despesas obrigatórias. São recursos da assistência estudantil, que este ano a gente está com quase 20 milhões de reais, que são todos os auxílios, bolsas para os estudantes vulneráveis, o restaurante universitário. A gente também tem um programa de saúde dos nossos servidores, 32 milhões de reais, e os contratos continuados, como água, luz, vigilância terceirizada, tudo isso nos 10 campi espalhados pelo estado.  Por isso, a gente sempre vai continuar a maximizar as parcerias com instituições públicas privadas, trabalhar com o governo federal, estadual, e também com os municípios para que a gente possa melhorar o nosso ambiente.

A universidade realiza vários projetos que são abertos à comunidade. Haverá novidades?
camila Ítavo:
A UFMS é responsável por grande parte da publicação científica de Mato Grosso do Sul, e nos destacamos no país por isso. E os projetos de extensão são um outro tripé da universidade. A gente espera entregar até o final do ano, a primeira etapa do Museu de Ciência e Tecnologia da Universidade, com duas salas interativas. Também temos o Parque da Ciência, o primeiro parque científico de Mato Grosso do Sul. São monumentos científicos a céu aberto, onde a gente quer aprimorar e ampliar a visitação pública. Até o final do ano também devemos entregar o Autocine, que ficou fechado por mais de 30 anos. Será um espaço para o cinema retornar com a cultura. E teremos o mercado escola também, que será mais uma entrega que conecta a agricultura familiar com a economia criativa, com o processamento de produtos animais e vegetais. Os projetos de extensão são bastante fortes na UFMS. Esperamos que a população se aproprie do campus da universidade, estando lá presente com atividades, no Glauce Rocha com a parte cultural, a parte esportiva, o acesso aos laboratórios, o acesso ao conhecimento científico cada vez de maneira mais forte.