O Brasil atravessa a pior estiagem dos últimos anos, com rios secando e matas sendo destruídas pelos incêndios. Com exceção do Rio Grande do Sul, todos os estados enfrentam graves consequências devido a falta de chuvas. A situação é considerada inédita e levou o país a vivenciar a maior seca já registrada, de acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Diante desse cenário, o alerta para uma possível crise no abastecimento de energia elétrica está aceso.
Diante desse cenário que o Operador Nacional de Sistema Elétrico (ONS) recomendou o retorno do horário de verão. Como explica o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. “Nós esse ano temos o menor índice pluviométrico desde 1950. Foi recomendado a cabo pela ONS e foi aprovado pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico um indicativo de que é prudente e que é viável”.
Silveira destaca que esta medida não é um instrumento de planejamento apenas de uso nacional, mas que é utilizado em diversos países de primeiro mundo como um método de segurança energética.
A geração de energia elétrica no Brasil vem dos rios. Com a falta de chuva fazem com que o país passe por uma crise hídrica. As represas da bacia são responsáveis por mais de 60% da geração hidrelétrica.
Quando o volume de água nas barragens se aproxima de níveis críticos, as usinas termoelétricas são acionadas, elevando o custo por quilowatt de energia. No entanto, apesar da crise, o ministro descartou o risco de desabastecimento de energia. "Atualmente, não enfrentamos problemas de geração de energia, mesmo com essa grave crise hídrica. Mas há um período do dia, entre 18h e 21h, que chamamos de 'pico de demanda', em que precisamos despachar quase todo o nosso parque térmico, o que eleva os custos e sobrecarrega o sistema. Portanto, temos que considerar esse momento sob dois aspectos: a economia para o consumidor e a segurança do sistema",
O horário de verão foi instituído no Brasil em 1931 e funcionou continuamente de 1985 até 2019, quando o governo anterior decidiu revogá-lo, alegando pouca eficiência na economia de energia. A decisão sobre o possível retorno da medida cabe ao atual presidente, Luiz Inácio
A população de Três Lagoas se divide entre opositores e apoiadores da volta do horário de verão. Entre as reclamações comuns dos que não são a favor diz respeito a mudança dentro da rotina de sono e relatam não existir eficácia na redução da conta de luz. Como o motorista, Wilton Marques relatou. “Não funciona de jeito nenhum esse negócio para economizar energia, não resolve nada. Vai atrapalha nossa hora de dormir, nosso horário de trabalho”, argumenta.
Por outro lado, há aqueles que não veem diferença na mudança do horário, como Adriana Ciqueira, auxiliar de produção: "Para mim, tanto faz, porque, de qualquer jeito, temos que trabalhar. Seja esse horário ou outro, é a mesma coisa".
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