O comércio de Três Lagoas, incluindo os supermercados, enfrenta uma situação paradoxal: enquanto o setor se expande e novas vagas de emprego são criadas, a dificuldade para preencher essas posições tem se tornado um desafio crescente. Mesmo com a oferta abundante de oportunidades, muitas vagas permanecem abertas, aguardando candidatos.
A Casa do Trabalhador, principal órgão de intermediação de empregos na cidade, tem ofertado diariamente mais de 150 vagas em diversas áreas. O destaque vai para o setor de serviços, principalmente para empresas prestadoras de serviços às grandes indústrias, como as do setor de celulose, além de muitas vagas voltadas para atender à crescente demanda do setor florestal.
No primeiro semestre deste ano, o comércio de Três Lagoas criou 351 novas oportunidades de emprego, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. Esse crescimento é impulsionado pela industrialização da cidade e pela presença de inúmeras empresas prestadoras de serviços, que refletem diretamente na abertura de vagas no comércio local.
Apesar do bom momento e da oferta de empregos, a maior dificuldade tem sido preencher essas vagas. Muitos candidatos têm evitado trabalhar no comércio devido ao salário, considerado baixo por parte da população. De acordo com o presidente do Sindvarejo, o salário do comércio é atualmente de R$ 1.670, o que ainda é superior ao oferecido por supermercados. Essa diferença salarial faz com que supermercados também encontrem dificuldades na contratação de trabalhadores, mesmo realizando mutirões na Casa do Trabalhador para tentar atrair mão de obra.
Essa situação evidencia um dilema importante para o setor: o crescimento econômico e a oferta de empregos precisam ser acompanhados por melhores condições salariais e de trabalho para atrair e reter profissionais, garantindo que o desenvolvimento de Três Lagoas continue de forma sustentável.
Veja a reportagem abaixo: