O tema da gagueira infantil é voltado para os pais e responsáveis, que devem tomar cuidado ao notar dificuldades na fala das crianças. A fonoaudióloga Caroline Silva Pereira explica como esse quadro é frequente em crianças pequenas e, na maioria das vezes, passageiro. “É muito comum, porque as crianças podem apresentar disfluência devido ao alto desenvolvimento intelectual e cognitivo nessa fase, de aproximadamente 2 a 5 anos, porque estão aprendendo muitas palavras.”
Ela destaca que o comportamento dos pais pode prejudicar e transformar um quadro que seria breve em algo que dure mais tempo. A fonoaudióloga pontua que, entre 2 e 3 anos, a maior parte das crianças apresenta uma disfunção passageira, e que é necessário dar tempo para a criança, que está em processo de desenvolvimento. No entanto, situações de estresse e constrangimento podem piorar o quadro. “A gente precisa passar por essa fase de forma tranquila, sem demonstrar para a criança que ela está gaguejando. Agora, se os adultos chamarem a atenção para a gagueira, isso pode durar a vida inteira.”
Diagnósticos
Algumas crianças apresentam a disfluência comum, com duração de 3 a 6 meses, após esse período é possível que se trate de quadros mais graves. A criança fica ofegante, não consegue respirar, pisca repetitivamente, bate o pé no chão ou faz algum movimento associado à gagueira. Neste momento, o recomendado é procurar um profissional.
Escola
O papel da escola também é importante, ajudando a evitar que a criança sofra bullying e respeitando seu tempo. “A professora deve mostrar que a criança consegue falar no tempo dela e mostrar para os coleguinhas que ela é capaz de se comunicar.”
Mitos e verdades
Ela cita que alguns pais e responsáveis acreditam que, se assustarem a criança, ela irá conseguir parar de gaguejar — o que não é verdade. O estresse aumenta o cenário de dificuldades e deve ser evitado. “Isso acaba criando mais trauma na criança. Ela percebe que não consegue se comunicar, e muitos acabam se fechando e desenvolvem ansiedade em situações em que precisam conversar.” A abordagem correta é tratar com tranquilidade, para aumentar a confiança