Segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) de 2023, elaborada pelo IBGE, Três Lagoas tinha 499.017 cabeças de gado, ocupando a 53ª posição nacional e o 8º lugar em Mato Grosso do Sul. Embora tenha ocorrido um pequeno aumento em relação a 2022, quando foram registradas 485.552 cabeças, a trajetória de declínio é evidente quando se olha para os anos anteriores.
Em 2001, Três Lagoas contava com 917.674 cabeças de gado, número que subiu para 957 mil em 2004. No entanto, com a chegada das indústrias de celulose e a consequente expansão das plantações de eucalipto, o rebanho bovino foi reduzido pela metade. Esse cenário reflete a transição do uso da terra na região, com a agropecuária dando lugar à silvicultura, um setor que atende à demanda crescente das fábricas de papel e celulose.
Outro ponto que merece destaque é a queda no ranking nacional. Em 2021, Três Lagoas estava em 33º lugar no Brasil e 5º no estado. No entanto, em 2022, o município caiu para 43º posição nacional, evidenciando a perda de relevância no setor pecuário. A criação de gado, uma atividade tradicional da região, agora compete com o cultivo de eucalipto, que oferece retorno econômico mais rápido para atender à demanda das fábricas.
Pecuária em MS
Apesar do cenário em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul manteve o 5º maior rebanho bovino do país em 2023, com 18,9 milhões de cabeças, um crescimento de 2,4% em relação ao ano anterior, interrompendo um ciclo de declínio que começou em 2017. No cenário nacional, a produção de bovinos também cresceu, atingindo 238,6 milhões de cabeças, o maior valor da série histórica da PPM.
Em comparação, o município de Corumbá se destacou com o segundo maior rebanho de bovinos do estado, com 2,1 milhões de cabeças, e Aquidauana, com 853.842, ocupando a 13ª posição nacional. Ribas do Rio Pardo ficou em 15º no ranking, com 826.757 cabeças.