Foi levado ao banco dos réus da 1° Vara de Justiça da Comarca de Três Lagoas, nesta sexta-feira (15), Jorge de Souza Vasques, de 47 anos, acusado de tentar matar a facadas a esposa, que na época estava grávida de 7 meses.
Regiane estava esperando um filho do acusado e acabou recebendo 11 golpes de faca, na altura do pescoço e costas. Ela só escapou da morte após conseguir convencer o marido a sair do apartamento, devido as duas filhas da vítima, estar dormindo em um dos quartos. Do lado de fora, a vítima teria conseguido apertar a campainha do vizinho, que saiu para ver o que estava acontecido, forçando Jorge a socorrer a esposa até o Hospital Auxiliadora.
Na época, Regiane deu entrada na Emergência do hospital, em choque hipovolêmico (perda excessiva de sangue), foi imediatamente levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde foi intubada e os médicos forçados a fazer uma cirurgia cesariana de emergência.
Às 6h30 do dia 10 de novembro de 2020, às 2h após Jorge tentar matar a mulher esfaqueada, o filho que o casal esperava morreu. A mulher ficou 3 dias em coma e ao recuperar a consciência foi informada da morte do bebê. Desde o dia em que escapou da morte, tem tentando se recuperar das sequelas da tentativa de homicídio que, segundo a vítima, teria deixado dificuldades respiratórias, por ter tido o pulmão perfurado por golpes da faca, dificuldades motoras em um dos braços e pescoço, locais mais lesionados.
Jorge foi preso na porta do H.A. e confessado o crime. Segundo ele, por motivos fúteis. “Por ignorância, minha” teria dito ele na delegacia, sem mostrar arrependimento do crime.
Durante o julgamento, Jorge de Souza Vasques foi interpelado pelo promotor de Justiça Luciano Anechini Lara Leite, que a todo o momento da acusação, tentou mostrar para os jurados, que a intenção do réu era matar a esposa e o filho do casal, única e exclusivamente pelo fato de ter sido cobrado horas antes do crime, sobre uma caixa de ferramentas, que ele teria deixado dentro do carro ao invés do porta-malas, como de costume.
Tentando alegar uma legítima defesa, acusando a esposa de ter pego uma faca primeiro do que ele, Jorge tentou dar a versão de que teria dado dois golpes de faca na vítima, durante luta corporal na tentativa de se salvar de uma possível agressão. Para o promotor, a intenção de Jorge de Souza Vasques era de matar e confrontou a versão do réu sobre as duas facadas, se o laudo do IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), teria identificado 11 perfurações. Disse ainda que o réu estaria com tanta vontade de matar, que teria usado duas facas, a primeira que teria quebrado, deixando a lâmina dentro do corpo da vítima e, posteriormente, pegou uma segunda faca e continuado a esfaquear a vítima.
A defesa de Jorge de Souza Vasques, representada por advogados do Estado de São Paulo, alegou que Jorge teria agido em um momento de extrema emoção e que o resultado morte, não era a intenção do acusado, já que após esfaquear a mulher, ele a teria socorrido, com a intenção de não deixa-la morrer.
Após um longo embate entre acusação e defesa, o Tribunal do Júri se reuniu no início da noite e decidiu que o réu Jorge de Souza Vasques era culpado das acusações de tentativa de homicídio, ameaça e aborto provocado. Às 20h30, o juiz da Primeira Vara Criminal, Rodrigo Pedrini Marco, leu as condenações e estipulou as penas, que somam mais de 27 anos ee prisão.
Pela acusação de tentativa de feminicídio, o réu foi condenado pelo Tribunal do Júri a pena de 21 anos, 9 meses e nove dias de prisão.
Sobre a acusação de ameaça, Jorge foi condenado e a pena foi de um mês e 23 dias de detenção. O crime de aborto também foi considerado culpado e o juiz deu 5 anos, 6 meses e 20 dias de reclusão.
Somando-se as penas, Jorge de Souza Vasques, foi condenado em 27 anos, 5 meses e 22 dias de prisão. O acusado também foi condenado em danos morais e a Justiça estipulou o valor de R$10 mil, que deverá ser pago à vítima.