A Petrobras anunciou que pretende investir entre R$ 3 bilhões e R$ 3,5 bilhões para concluir as obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-3), localizada em Três Lagoas.
O projeto, que está 85% finalizado, foi interrompido em dezembro de 2014, mas está próximo de ser retomado.
A Petrobras já reservou, inclusive, R$ 252 milhões para retomar a fábrica no ano que vem, conforme a Lei
Orçamentária Anual (LOA) 2025, apresentada ao Congresso.
Segundo William França, diretor-executivo de Processos Industriais e Produtos da estatal, a retomada das obras pode ser incluída no próximo Plano Estratégico da companhia para o período de 2025-2029.
Durante o Congresso de Petróleo e Gás ROG.e, nesta semana, no Rio de Janeiro, o diretor afirmou que a Petrobras está finalizando uma due diligence — uma análise detalhada do que ainda precisa ser feito no projeto — e recalculando o estudo de integração técnica e econômica (EVTE) da UFN-3. A previsão é que a proposta seja apresentada ao Conselho de Administração da Petrobras até o primeiro trimestre de 2025.
A expectativa é que o processo de avaliação seja concluído ainda este ano, o que permitirá à empresa avançar na conclusão da obra. “Estamos fechando os estudos para que as pessoas possam voltar ao mercado e finalizar a conclusão mecânica da UFN-3, em Três Lagoas”, explicou o diretor.
Parcerias
Além dos esforços para finalizar o projeto, a Petrobras está em negociações para a possível entrada de um parceiro na UFN-3. França destacou que a parceria poderá acelerar a retomada das operações e garantir maior competitividade à unidade. No entanto, no caso da Araucária Nitrogenados SA (Ansa), no Paraná, a estatal deverá seguir em sigilo na retomada das atividades.
Com as quatro plantas de fertilizantes da Petrobras operando em plena capacidade, a companhia teria uma produção de 3,5 milhões de toneladas anuais de ureia, o que corresponde a cerca de metade do que o Brasil importa atualmente. Esse número reforça a importância da UFN-3 para a segurança alimentar e industrial do país, que depende fortemente da importação de fertilizantes para o agronegócio.
A finalização da UFN-3 é aguardada com grande expectativa, já que o Brasil busca reduzir sua dependência externa e fortalecer sua cadeia de produção de fertilizantes, especialmente em um cenário global de incertezas no fornecimento desses insumos.