O início da tarde desta quarta-feira (24) foi de transtornos para moradores de Três Lagoas. Segundo dados preliminares do meteorologista da Uniderp, Natálio Abrão, e do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec) foram registrados mais de 30 milímetros de chuva em menos de três horas, além de 1.500 raios em toda a região.
O temporal causou alagamentos em diversos pontos da cidade, bloqueando vias, afetando comércios e isolando moradores. Entre os locais mais afetados, o bairro Mirassol (conhecido também como Jardim Cangalha) voltou a enfrentar sérios problemas devido à falha no funcionamento do piscinão local.
Falta de energia impede funcionamento do piscinão
A estrutura do piscinão, projetada justamente para conter grandes volumes de água em períodos de chuva, não está operando de forma adequada. Isso porque a fiação elétrica da casa de bombas foi furtada, impedindo que as bombas trabalhem no escoamento da água.
Com o sistema paralisado, a água da chuva se acumula rapidamente, transborda e invade ruas e residências. Moradores relatam sensação de abandono e cobram soluções efetivas do poder público.
Problema crônico afeta moradores
Jefferson Roque, técnico de produção e morador da região há quase quatro anos, conta que ficou preso em casa com a família e que não consegue sair nem mesmo para buscar os filhos na escola.
“Estamos ilhados. É impossível sair com o carro da garagem. Quando aluguei a casa, não imaginava que isso aconteceria. É frustrante”, desabafa.
Morador do bairro há mais de 40 anos, José Neto, operador de máquinas pesadas, afirma que o problema é antigo e sempre se repete em dias de chuva forte:
“Toda vez que chove, inunda tudo. Não tem como passar de carro. A água vem por cima, sai da tubulação e invade as ruas”, relata.
O secretário de Infraestrutura de Três Lagoas, Osmar Dias Pereira, reconhece os prejuízos causados e afirma que a paralisação do piscinão é consequência direta da ação de vândalos.
“Tivemos já vários problemas nos nossos piscinões. Vão lá, roubam fiação, e são fiações grandes. A gente precisa abrir licitação para repor. Enquanto isso, o piscinão fica inativo, e a população sofre com os alagamentos. Mas a culpa acaba recaindo na prefeitura, quando na verdade é vandalismo”, explicou.
E agora?
A prefeitura informou que trabalha para resolver o problema, mas não há prazo definido para que o piscinão volte a operar normalmente.