Um projeto desenvolvido pelo programa municipal “Consultório na Rua”, em Três Lagoas, tem garantido acesso à saúde para pessoas em situação de vulnerabilidade, com foco especial nas mulheres. A iniciativa, que conquistou o primeiro lugar no Congresso Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde, está implantando o método contraceptivo de longa duração, o Implanon, para prevenir gestações indesejadas e garantir autonomia reprodutiva às pacientes.
Criado em 2021 pela Secretaria de Saúde de Três Lagoas, o programa conta com uma equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, técnicos de enfermagem e uma técnica de saúde bucal. Eles realizam atendimentos itinerantes, indo ao encontro de pessoas em situação de rua para oferecer serviços que, normalmente, são disponibilizados em unidades de saúde.
Mapeamento
Desde maio deste ano, a equipe tem se dedicado a mapear a população de rua na cidade, que atualmente soma 97 pessoas, sendo 10 mulheres. “Nosso objetivo principal é reduzir os danos que essas pessoas enfrentam devido à vulnerabilidade social em que se encontram”, explicou a coordenadora do projeto, Andreia Lima. Entre as ações promocionais, destaca-se o planejamento reprodutivo específico para mulheres.
Até o momento, seis pacientes aceitaram receber o Implanon, que é um dispositivo implantado no braço, com duração de até três anos, e previne gestações de forma segura e prática. O dispositivo é comercializado pelo valor de R$ 1 mil, em média, e é fornecido pela Secretaria Estadual de Saúde, sem custos para os pacientes. A relevância do trabalho realizado pelo “Consultório na Rua” foi reconhecida nacionalmente no Congresso Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde, onde o projeto concorreu com 287 iniciativas de todo o país e alcançou o primeiro lugar.