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Conscientização

Quantidade de diagnósticos tardios de autismo aumentam a cada ano, diz especialista

O mês de abril é marcado pela campanha de conscientização a respeito do transtorno

A professora, Rosângela Fernandes, demorou anos para receber o diagnóstico e conta que enfrentou dificuldades em algumas situações durante a infância e adolescência. Foto: Reprodução/TVC HD
A professora, Rosângela Fernandes, demorou anos para receber o diagnóstico e conta que enfrentou dificuldades em algumas situações durante a infância e adolescência. Foto: Reprodução/TVC HD

O Abril Azul é uma campanha de conscientização a respeito do Transtorno do Espectro Autista (TEA), realizada durante todo o mês. O autismo é uma condição que afeta o desenvolvimento neurológico, prejudicando a capacidade de comunicação e de interação social dos indivíduos que são afetados pelo transtorno. Estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), o objetivo da campanha é sensibilizar a sociedade para a importância da inclusão e do respeito às pessoas com TEA.

A professora, Rosângela Fernandes, demorou anos para receber o diagnóstico e conta que enfrentou dificuldades em algumas situações durante a infância e adolescência. “No momento em que eu estava na fase adolescente, eu já comecei a perceber algumas coisas muito diferentes. Eu não conseguia me encaixar com as garotas da minha idade. Inclusive, o meu primeiro namorado, teve que mandar um recado pra mim, porque eu não conseguia entender essas pistas sociais da paquera”.

Atualmente, Fernandes é formada em Letras e Artes, e atua como professora há nove anos. Ela explica que começou a pesquisar sobre o autismo por conta do sobrinho, Thomas, que era não verbal até os 5 anos de idade, porém o diagnóstico de autismo nível 2 só veio aos 32 anos de idade. Hoje, com 36, é engenheiro e trabalha em uma das grandes indústrias de celulose da cidade.

A professora relata que, quando o sobrinho recebeu o diagnóstico, ela também procurou realizar o teste e disse que recebeu o apoio da família, mas não recebeu o mesmo apoio no ambiente profissional.

A visão da psiquiatra sobre o autismo

Segundo a psiquiatra, Larissa Ormeneze, antigamente se estimava que a chance de um homem estar no espectro era três vezes maior que de uma mulher. “Hoje em dia, é muito mais acessível, os critérios mudaram. Tenho certeza que estamos dando a oportunidade dessas pessoas terem qualidade de vida na vida adulta muito melhor do que se não for estimulada desde jovem”.

Ormeneze cita que o caso de Rosângela não é isolado.