O Instituto Senai de Inovação em Biomassa (ISI Biomassa), de Três Lagoas, apresenta projetos de pesquisa para uma economia de baixo carbono no estande da Confederação Nacional da Indústria (CNI) durante a 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29). O evento iniciou no dia 11 de novembro e seguirá até o dia 29 de novembro, em Baku, no Azerbaijão.
A COP29 tem como temas centrais as metas de redução das emissões de gases de efeito estufa e o financiamento para ações de combate e adaptação às mudanças climáticas. Além disso, outro tema importante das discussões será o domínio das tecnologias para uma economia de baixo carbono.
Durante o evento, o ISI Biomassa apresentou uma série de projetos inovadores voltados para a sustentabilidade e a transição para fontes de energia renováveis, em parceria com empresas do setor. Um dos principais destaques foi o ‘Macrofuel’, desenvolvido em colaboração com a CTG Brasil, com apoio da Embrapii e Aneel. Este projeto busca substituir combustíveis fósseis por alternativas renováveis por meio da criação de um biocombustível similar ao diesel, produzido a partir de óleo pirolítico extraído de plantas aquáticas.
Outra iniciativa relevante foi o ‘BPELLET’, uma solução para a destinação de resíduos agroindustriais. Em parceria com a Amêndoas do Brasil, também com apoio da Embrapii, o projeto transforma subprodutos do processamento de castanha de caju e biomassas residuais da agroindústria em um biocombustível sólido de alto desempenho, contribuindo para a redução de desperdícios e o aumento da eficiência energética.
Outro projeto de destaque apresentado foi o ‘Tupã’, desenvolvido em colaboração com o ISI Biomassa, a GALP e a UFRJ, com apoio da Embrapii e ANP. O objetivo do projeto é mitigar os impactos ambientais das emissões de gases de efeito estufa e adotar alternativas ambientalmente corretas em processos de alta relevância econômica, como a produção de petróleo e gás. O ‘Tupã’ propõe um protótipo de célula-reator capaz de converter CO2 e CH4, provenientes de diversas fontes de emissão, em combustíveis e produtos químicos renováveis, utilizando exclusivamente energia renovável.
Além disso, o ISI Biomassa também apresentou um ‘Inseticida Nacional de Biomassa Vegetal’, desenvolvido em parceria com a startup PRZ Ltda. Esta solução oferece uma alternativa sustentável aos inseticidas químicos, utilizando biomassa vegetal de origem sustentável e biodegradável. O produto é eficaz no combate à mosca branca, uma das pragas mais prejudiciais à agricultura brasileira, especialmente em culturas anuais e na Amazônia.
Para o diretor do ISI Biomassa, João Gabriel Marini, a participação em um dos maiores eventos sobre mudanças climáticas do mundo demonstra a importância dos trabalhos desenvolvidos pela instituição. “É muito gratificante saber que o ISI Biomassa está contribuindo com projetos de pesquisa aplicada alinhados às temáticas prioritárias que buscam minimizar os impactos das mudanças climáticas, e poder apresentar esses projetos em um evento tão relevante”, afirma Marini.
A indústria brasileira tem mostrado seu compromisso com a ciência e a pesquisa avançada, visando tornar o país referência mundial em descarbonização. A CNI selecionou 30 projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D+I), liderados pelos Institutos Senai de Inovação e Tecnologia, em parceria com outras instituições e mais de 20 empresas.
O diretor-geral do Senai, Gustavo Leal, destaca o papel dos projetos e seus possíveis impactos. “Os projetos estão divididos em quatro grandes temas – transição energética, descarbonização, economia circular e bioeconomia –, todos alinhados aos pilares definidos pela indústria para que o Brasil alcance a neutralidade das emissões. Os institutos têm um papel fundamental nessa missão de descarbonização, atuando como elo entre a pesquisa acadêmica e o setor produtivo, transformando conhecimento em novos produtos e processos, e desenvolvendo tecnologias inéditas no Brasil e no mundo”, afirma Leal.
*Com informações do Sistema Fiems