O período de estiagem que Três Lagoas tem enfrentado, previsto para durar até setembro, é mais propício para a contaminação por doenças transmitidas pelas vias aéreas. Uma dessas doenças é a conjuntivite, que se torna mais comum durante este clima.
O tempo mais seco, com baixa umidade do ar e temperaturas amenas, favorece a propagação dessas doenças. A operadora de caixa Maria Luiza lembra quando foi contaminada e que foram dias ruins. “Doía bastante, tinha remela e ficava vermelho. Eu tratei em casa, comprei o colírio na farmácia e minha mãe aplicava para mim. Sarou depois de dois dias”, ela relata.
Embora o procedimento adotado por Maria e a mãe dela tenha funcionado, o ideal é sempre buscar uma avaliação médica nesses casos. A assistente social Fátima Ribeiro, que trabalha na área da saúde, também tentou se tratar em casa, mas sem sucesso. Foi somente ao procurar ajuda especializada que conseguiu melhorar. “Eu demorei para procurar o oftalmologista porque achei que não fosse nada. Estava pingando um colírio no olho, mas não melhorava, então procurei um especialista. O olho arde, fica vermelho e coçando bastante”.
Em 2024, segundo a Vigilância Epidemiológica, foram confirmados 169 casos de conjuntivite, em Três Lagoas. No ano passado, houve 628 casos positivos da doença.
A conjuntivite é altamente contagiosa e pode ser transmitida por vírus ou bactérias, especialmente através do contato com superfícies contaminadas. Pode afetar um ou ambos os olhos e pode ser aguda ou crônica. Inicialmente leve, a doença pode durar até 15 dias se tratada adequadamente.
De acordo com a coordenadora de Vigilância Epidemiológica, Adriana Sapazzapan, “um dos primeiros sintomas é o olho avermelhado, acompanhado de coceira intensa. A pessoa tende a levar a mão aos olhos devido à sensação de areia nos olhos. É muito importante procurar atendimento médico assim que esses sintomas aparecerem”.
Sintomas como visão borrada e maior sensibilidade à luz são comuns, mas a doença raramente deixa sequelas. Devido à alta contagiosidade, é importante que os infectados tomem cuidados para evitar a transmissão a outras pessoas, especialmente em casa.
“Pedimos que não usem a mesma toalha de rosto, pois é comum que as famílias compartilhem uma única toalha. Também não compartilhem roupas, como camisetas ou blusas. Lençóis, roupas de cama e fronhas também devem ser lavados e não compartilhados para evitar a contaminação da conjuntivite”, explica Adriana.
A coordenadora explica que a melhor maneira de prevenir a infecção é manter uma boa higiene com frequência. “O melhor método para prevenir a infecção é lavar frequentemente o rosto e os olhos. É essencial prestar atenção aos hábitos de levar as mãos aos olhos para coçar, pois as mãos entram em contato com muitas superfícies contaminadas, especialmente em ambientes públicos. Ao coçar os olhos com as mãos sujas, você pode estar introduzindo bactérias e vírus na região ocular, aumentando o risco de desenvolver conjuntivite. Portanto, além de manter a higiene, é importante evitar coçar os olhos, principalmente se você estiver em um ambiente público ou se não tiver lavado as mãos”.
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