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Trânsito de Três Lagoas passa por mudanças e diretor cobra mais consciência dos condutores

Cruzamento da avenida Ranulpho Marques Leal com a avenida Baldomero Leituga terá semáforo - Reprodução / Arquivo RCN67
Cruzamento da avenida Ranulpho Marques Leal com a avenida Baldomero Leituga terá semáforo - Reprodução / Arquivo RCN67

O trânsito de Três Lagoas está passando por algumas mudanças com o objetivo de melhorar a mobilidade urbana e reduzir os riscos de acidentes. À frente dessas transformações está o diretor de Trânsito do município, José Aparecido de Moraes, que concedeu entrevista ao RCN Notícias para detalhar as ações que estão sendo implantadas e fazer um apelo direto aos condutores: mais respeito às leis e ao próximo.

“Desde que assumi o Departamento de Trânsito, a convite do Cassiano Maia, recebi carta branca para agir com foco na segurança e na fluidez do trânsito”, afirmou o diretor.
Uma das primeiras medidas foi iniciar mudanças no sentido de direção de algumas vias da cidade, sempre ouvindo os moradores e os usuários mais frequentes da região. “Não tomamos decisões isoladas. Ouvimos os moradores, analisamos o fluxo, e só então fazemos as alterações”, completou.

Segundo Moraes, a situação exige atenção: Três Lagoas possui hoje cerca de 104 mil veículos cadastrados junto ao Detran, e já há registros de congestionamentos em horários de pico em alguns pontos da cidade. “O Departamento de Trânsito tem a obrigação de melhorar a mobilidade, mas enfrentamos um grande inimigo: os próprios condutores que insistem em desrespeitar as leis.”

A cidade, segundo ele, é bem sinalizada. “Temos uma malha viária praticamente toda asfaltada e sinalizada. Claro que há pontos que ainda precisam de melhorias, como o cruzamento das avenidas Ranulpho Marques Leal com a Baldomero Leituga, por exemplo, mas no geral a estrutura está aí. O problema maior é de conduta”, disse o diretor. Nesse cruzamento será instalado um semáforo de dois tempos.

Tripé do trânsito

Moraes explica que o trânsito funciona baseado em um tripé: engenharia, fiscalização e educação. E é neste último ponto que ele acredita estar o maior desafio. “Temos agentes nas ruas e a Polícia Militar atua também, mas ainda somos poucos para o tamanho da cidade. Temos apenas 20 agentes para cobrir toda Três Lagoas. Não conseguimos estar em todas as escolas pela manhã, por exemplo. A Polícia Militar também sofre com baixo efetivo. Então, precisamos contar com a consciência do cidadão.”

A falta de consciência é vista diariamente nas ruas. “Pais carregando filhos sem capacete em motos, crianças sendo transportadas entre dois adultos ou soltas no banco da frente de carros. São atitudes que colocam vidas em risco. E sempre tem uma desculpa: ‘é só ali’, ‘é rapidinho’. Mas basta um cruzamento mal calculado para uma tragédia acontecer.”

Campanhas

Para o diretor, campanhas educativas são importantes, mas não bastam. “Podemos fazer uma campanha por mês, e ainda assim vemos pessoas pegando o celular ao volante, dirigindo sem cinto, transportando crianças de forma inadequada. Alguns aprendem com a orientação, mas muitos só aprendem quando mexe no bolso.”

Por isso, a fiscalização deve ser ampliada. “O brasileiro só respeita quando sabe que pode ser punido. Não deveria ser assim, mas infelizmente é. Estamos trabalhando para aumentar a presença de agentes nas ruas e implementar mais mudanças que ajudem a organizar o trânsito, como faixas elevadas, novos semáforos e ajustes no fluxo de vias.”

O diretor destacou que o município e o estado estão fazendo a sua parte, mas a mudança definitiva só virá com o comprometimento de todos. “A regra é simples: respeitar o outro. Sem isso, nenhuma campanha, por melhor que seja, terá resultado duradouro”, destacou