Há quase oito anos, o orçamento municipal estava na ordem de 489 milhões. Gradualmente, foi se agigantando em consequência da industrialização de Três Lagoas, além do aumento da nossa participação no rateio entre municípios no ICMS e no Fundo de Participação dos Municípios, entre outras rubricas de arrecadação e recebimento de recursos da União e do Estado.
O orçamento municipal indiscutivelmente espelha a força econômica de Três Lagoas e permite ao administrador estabelecer as metas que pretende cumprir na sua gestão anualmente para executar obras e melhorar serviços em todos os setores da administração. Entretanto, constitui, entre tantas medidas a serem adotadas, o desafio de conter despesas com pessoal, que atualmente beiram gastos na ordem de aproximadamente 52% do bolo orçamentário, além dos dispêndios com o custeio da máquina administrativa.
Por isso, verifica-se que o comprometimento de gastos com pessoal e custeio acaba limitando a execução de obras importantíssimas para a municipalidade, que poderiam redundar na melhoria da qualidade de vida da sua população. Um orçamento da magnitude do de Três Lagoas, hoje considerado o terceiro município em relevância no contexto dos demais de Mato Grosso do Sul, permite que se adote uma política bem formulada por técnicos altamente capacitados e com graduação em urbanização e execução de políticas públicas.
Três Lagoas precisa ser pensada e planejada para os próximos trinta anos, de modo que cada gasto e obra executada seja para atender às suas necessidades, alcançando resultados mais do que satisfatórios. Não se concebe, por mais que se executem obras bem-vindas, que um município da grandeza do nosso, que nos últimos dois anos, segundo dados do IBGE, teve sua população aumentada em pouco mais de dez mil habitantes, improvise a execução de obras ou gastos que não traduzam resultados consistentes para atender às finalidades e prioridades que devem ser perseguidas pela administração pública.
O saldo da administração que está findando é muito positivo. Entretanto, o próximo administrador do município não poderá relegar a execução de um planejamento bem pensado para aplicar com segurança e otimizar os gastos da administração do município, sob pena de ver comprometidos os níveis de aprovação da própria gestão e, por que não dizer, o seu futuro na vida pública.
Corajosamente, terá que adotar medidas firmes para poder otimizar e colher resultados positivos, os quais se traduzirão no êxito administrativo. Mas, para alcançar resultados significativos, terá, de saída, que optar pela economia com pessoal e gastos de custeio, porque 1,4 bilhões de orçamento municipal, por mais representativo que seja, não permitem desperdício. Aliás, um orçamento dessa grandeza causa inveja, no bom sentido, a qualquer município do Estado, quiçá, do Brasil.