Em fevereiro, o Ministério da Saúde anunciou uma pausa no envio de testes rápidos para diagnóstico de Covid-19 em todo o país. Desde então, os estoques dos estados e municípios têm sido esvaziados conforme a demanda, e essa falta já atingiu Três Lagoas.
Pacientes com sintomas gripais que procuram as unidades de saúde, não estão mais encontrando testes disponíveis para o diagnóstico da doença. Há três semanas, em Três Lagoas, os estoques esgotaram. Agora, de acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Adriana Spazzapan, apenas os testes RT-PCR estão sendo oferecidos.
“Esse exame é voltado para os pacientes do grupo de risco, como gestantes, cardíacos ou com algum problema de saúde. Ele é enviado para Campo Grande, onde será avaliado e só então o resultado é divulgado”, explica a coordenadora.
Em caso de pacientes que não pertencem ao grupo de risco, mas que apresentam sintomas do Covid-19, é necessário passar pela consulta médica e, apenas se o médico achar necessário, ele irá prescrever que o paciente faça o teste RT-PCR.
O Laboratório Central de Saúde Pública, em Campo Grande, é responsável por analisar os testes RT-PCR, que levam de três a cinco dias para fornecer o resultado completo do diagnóstico do paciente. Já no teste rápido, o resultado sai em menos de 30 minutos.
Ambos são coletados por meio de secreção nasal, mas o RT-PCR identifica a presença de material genético do vírus, enquanto o teste de antígeno identifica a reprodução das proteínas dele no sistema imunológico.
Após o anuncio da suspensão de distribuição pelo Ministério da Saúde, os estados e municípios têm se organizado para adquirir os testes por conta própria. A secretaria de Saúde de Três Lagoas já entrou com um pedido de licitação para a aquisição dos testes rápidos para as unidades de atendimento.
Segundo a Vigilância Epidemiológica, os testes rápidos para Covid-19 devem retornar às unidades de saúde em um prazo de 30 a 45 dias. Nos próximos dias, a Secretaria Estadual de Saúde deve enviar algumas unidades de testes rápidos para o município, mas estes serão direcionados apenas para a população do grupo de risco que apresenta sintomas da doença.
Até agora, a falta de testes não causou impacto significativo nos atendimentos médicos e nos pacientes, visto que a adesão e procura estava baixa. Em caso de sintomas como febre, tosse seca, dores de cabeça e garganta, e coriza, é necessário buscar atendimento médico e seguir as orientações do profissional de saúde.
Os sintomas podem ser mais graves em pessoas do grupo de risco, como idosos, gestantes, puérperas, pessoas com doenças crônicas ou imunossuprimidas, ou que estão fazendo tratamento de hemodiálise. Só na semana entre 6 e 12 de maio, a rede pública de saúde registrou 712 atendimentos médicos por sintomas gripais e 19 internações.
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