De acordo com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp), entre janeiro a maio deste ano, foram registrados 27 casos de abuso sexual, sendo 19 contra crianças e adolescentes, em Três Lagoas. No ano passado, entre janeiro e dezembro, foram contabilizadas 118 ocorrências no município, sendo 58 envolvendo crianças e adolescentes.
Segundo a diretora de proteção especial de média complexidade da Secretaria de Assistência Social, Rosimeire Cardoso, o número é considerado alto, porque é uma violência que não deve acontecer. “Essa é uma negligência, que muitas vezes acontece com pessoas próximas, dentro da própria casa”, destacou.
A diretora alerta para que os pais fiquem atentos ao comportamento da criança, porque quando há abuso, ela demonstra estar em sofrimento. “Quando os pais identificarem uma mudança de comportamento na criança, podem ligar no disque 100, órgão que encaminhará a denúncia para a delegacia, Conselho Tutelar, Creas e Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente”, orientou.
AÇÃO
No dia 16 de maio, a Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) promoveu uma caminhada para conscientizar contra o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. A caminhada partiu da Igreja Matriz até a praça Ramez Tebet.
A secretária de assistência social, Daiane Caroline, explicou que a caminhada foi, para mobilizar e sensibilizar a sociedade para o compromisso de proteger as crianças e adolescentes. “Não é celebração, na verdade é uma data muito triste, pelo caso da criança que foi abusada sexualmente e morreu de forma trágica”, lamentou.
Daiane Caroline reforçou ainda que o abuso sexual, geralmente, acontece no próprio meio familiar. “A criança abusada tem comportamentos como isolamento, agressividade, irritabilidade, falta de apetite e déficit de atenção na escola. Por isso, é importante que os pais orientem seus filhos na questão do uso de banheiros, quando vão na casa de amigos e precisam falar com eles sobre o corpo”, orientou.