Nos últimos anos, Três Lagoas tem registrado um crescimento no número de casamentos e nascimentos, enquanto o número de divórcios tem diminuído. Desde 2020, a média de crescimento para casamentos varia entre 4% e 13%, enquanto a de nascimentos varia entre 1% e 4% no mesmo período. Em 2024, foram registrados 310 casamentos civis e 884 nascimentos de janeiro a junho, segundo dados da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen).
A gerente comercial Munik Moreno e o gerente de vendas Renan Parússolo são um exemplo desse aumento. Conheceram-se na infância, se desencontraram durante a adolescência e se reencontraram após 20 anos. Recentemente, decidiram consolidar a relação em uma cerimônia que, para ela, foi a realização de um sonho. “A nossa motivação principal foi formar uma família. Nosso maior sonho é ter um filho, crescer e construir juntos. Nós decidimos nos casar em uma reunião intimista. Eu sou católica e nós casamos na igreja no dia 1º de junho. Foi uma reunião pequena para 17 pessoas, apenas família”.
A professora especialista em geografia populacional na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Rafaela Delcol, explica que o elevado número de casamentos em Três Lagoas segue uma tendência nacional. No entanto, a cidade apresenta características particulares. “A questão migratória é importante, porque se aumenta o número da população de uma determinada localidade, a tendência é que o número de casamentos aumente. O pós pandemia também é um fator que influencia nesse quantitativo, se comparado com 2022 e 2023. Outro elemento importante de Três Lagoas, é que a maior parte da população está na faixa etária entre 25 e 45 anos, que é a faixa em que há maior número de casamentos”.
Ela observa que os dados disponíveis são absolutos e não contabilizam o número de pessoas em união estável, o que poderia aumentar ainda mais o número de compromissos firmados no município.
A taxa de natalidade também tem aumentado desde 2020, mas há um detalhe importante a considerar, conforme aponta a pesquisadora. “Nos últimos 30 anos, a cidade duplicou o número populacional e isso influencia em tudo que diz respeito a Três Lagoas. Mesmo aumentando o número da taxa de natalidade, segue-se uma tendência de nível nacional também, que pode ser observada através do afunilamento da base da pirâmide etária. Apesar dos números estarem aumentando, ainda estão aumentando menos do que períodos passados, o que significa que a tendência de Três Lagoas é a diminuição populacional”.
Apesar do crescimento nas taxas de casamento e natalidade, os divórcios judicializados e extrajudiciais caíram 43% nos últimos três anos, uma tendência que contrasta com a média nacional. A professora sugere algumas hipóteses para essa diminuição nos divórcios. “Uma possibilidade é que os casamentos estejam ocorrendo de forma tardia, ou seja, o casal está mais maduro para fazer essa decisão, o que faz com que a durabilidade do casamento seja maior. Outra questão é a migratória, muitos vêm para trabalhar com o núcleo familiar, esposa, marido e filhos. Isso pode trazer uma aproximação entre os casais e no relacionamento, já que o restante da família, como pais, tios e primos, estão longe”.
O fato de Três Lagoas ser uma cidade religiosa, com uma população cada vez mais aderente a costumes cristãos, também pode influenciar essa redução.
Para os que comungam da Fé Católica, o dia 13 de junho é marcado pela homenagem à Santo Antônio, também conhecido como "santo casamenteiro", sendo consagrado como padroeiro do município.
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