O presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejo) de Três Lagoas, Sueide Silva Torres, abordou durante o programa RCN Notícias, da Cultura FM e TVC HD, desta segunda-feira (24), uma preocupação crescente entre empresários do setor: o uso excessivo de atestados médicos por funcionários. Segundo ele, a alta reincidência na apresentação desses documentos tem causado prejuízos significativos para os estabelecimentos comerciais.
Durante uma reunião com a Secretaria Municipal de Saúde, foi constatado que dois estabelecimentos da cidade receberam um total de 300 atestados apenas nos meses de janeiro e fevereiro, resultando em uma média de 150 afastamentos mensais. O volume expressivo de ausências tem impactado diretamente a produtividade e a operação das empresas.
Embora reconheça que o atestado médico é um direito do trabalhador, Torres destaca que a prática precisa ser pautada na ética. “Há muitos casos em que os funcionários não estão realmente doentes, mas solicitam atestados sem necessidade real, o que prejudica as empresas e sobrecarrega outros trabalhadores”, afirmou.
Dados da secretaria apontam que 37% dos atestados emitidos nos últimos meses foram concedidos por clínicas particulares, levantando questionamentos sobre a fiscalização e o controle da emissão desses documentos.
A preocupação com o impacto dessa prática no mercado de trabalho local tem mobilizado empresários, que defendem um debate mais amplo sobre o tema. Um assessor jurídico da Federação do Comércio ressaltou que a questão merece atenção e que o diálogo entre empregadores e sindicatos dos trabalhadores pode ser um caminho para encontrar soluções equilibradas. A expectativa é que medidas possam ser adotadas para evitar abusos, garantindo um ambiente de trabalho mais justo e produtivo.