Com alterações inovadoras neste ano, o cenário vacinal contra o Papilomavírus Humano (HPV), um vírus sexualmente transmissível, atingiu as expectativas do Ministério da Saúde ao alcançar cobertura de 90% de faixa etária em Três Lagoas, composta por cerca de 5.500 crianças e adolescentes. A vacinação atingiu o público feminino em 136,38% de vacinação, enquanto o masculino foi de 125,12%.
De acordo com a coordenadora do Setor Municipal de Imunização, Humberta Azambuja, esses índices representam um alívio para o sistema público de saúde, já que a vacinação é a principal forma de prevenir cânceres no futuro desses jovens. “Isso nos dá uma certa tranquilidade de que a longo prazo, o município terá menos casos de câncer de colo do útero, pênis, vulva, vagina, língua, garganta e câncer oral, que são os que o imunizante protege.
A vacina é aplicada hoje para evitar a doença no futuro. Muitas famílias não sabem que uma menina de 9 anos recebe a vacina agora para prevenir, aos 40 anos, um câncer no útero”, explicou Azambuja.
Mudanças
Entre as mudanças, destaca-se a introdução da dose única e o aumento da faixa etária. Antes, a vacina era administrada em duas doses, com um intervalo de seis meses. Em 2024, foi adotada a dose única. Outra alteração foi a ampliação da faixa etária: anteriormente, o imunizante era oferecido apenas para adolescentes entre 9 e 14 anos, de ambos os sexos. Agora, passou a ser disponibilizado para jovens de até 19 anos.
“Os jovens que não tiveram oportunidade de se vacinar até os 14 anos e hoje possuem até 19 anos podem receber uma dose única da vacina”, informou a coordenadora. No entanto, Azambuja alertou que esta prorrogação é temporária, e não há definição sobre até quando a vacina estará disponível.
A vacina contra o HPV ainda enfrenta resistência de algumas famílias. Contudo, Azambuja reforçou que o imunizante é seguro e não contém o vírus. “A vacina contra o HPV é uma das mais seguras disponíveis pelo PNI, porque não possui o vírus vivo nem morto. É desenvolvida com tecnologia genética de ponta, uma recombinação do RNA viral, sem qualquer possibilidade de transmissão”.