Durante a sessão da Câmara Municipal nesta quinta-feira (27), o vereador Davis Martinelli (MDB), usou a tribuna para relatar um caso grave de negligência na saúde pública. Segundo o parlamentar, uma família teve o pedido de cirurgia para uma criança de seis anos negado pelo município, resultando em sequelas irreversíveis.
De acordo com Martinelli, ele foi procurado por amigos da família, que relataram a situação e solicitaram uma visita ao local. “Ficamos perplexos com a situação. A criança foi diagnosticada com um cisto cerebral e necessitava de cirurgia. No entanto, todos os pedidos para o procedimento foram negados pelo município sob a alegação de falta de profissionais capacitados”, afirmou o vereador.
O caso teve início em 2019, quando a família buscou atendimento médico após perceber alterações no comportamento da criança. Após exames, constatou-se a presença do cisto, e o tratamento foi solicitado via Sistema Único de Saúde (SUS). Diante das negativas, a família recorreu à Justiça, que concedeu uma tutela de urgência determinando que o município custeasse a cirurgia.
Porém, segundo Martinelli, a administração municipal da época, comandada pelo ex-prefeito Angelo Guerreiro, recorreu da decisão judicial para não realizar o procedimento. “A gestão recorreu para não cumprir a determinação, mesmo sendo um caso urgente. Quando finalmente decidiram custear a cirurgia, optaram por um profissional com menor custo“, declarou o vereador.
A criança foi levada para Campo Grande, onde a família acreditava que o procedimento havia sido realizado. Entretanto, dias após o retorno, o estado de saúde piorou. “Os médicos constataram que abriram a cabeça da criança, mas não realizaram a cirurgia”, denunciou Martinelli. A família afirma que o município pagou cerca de R$ 500 mil pelo procedimento que não foi feito.
Atualmente, a criança apresenta sequelas graves, como paralisia do lado direito do corpo, perda de audição e comprometimento da visão. Um laudo médico recente aponta que a cirurgia não pode mais ser realizada, pois o cisto cresceu a um tamanho inoperável. Agora, a família busca uma indenização de R$ 250 mil para garantir melhor qualidade de vida à criança.
O caso está sendo acompanhado pela Câmara Municipal e pela administração pública. Segundo Martinelli, documentos estão sendo divulgados para comprovar a negligência.