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Vigilância Sanitária de Três Lagoas fiscaliza clínicas que comercializam 'Chip da Beleza'

Os efeitos colaterias do medicamento incluem doenças cardiovasculares, neoplásicas, dislipidêmicas e metabólicas.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda e a veiculação de propagandas do implante hormonal, popularmente conhecido como “Chip da Beleza”, no Brasil. Dessa forma, a Agência Municipal de Vigilância Sanitária de Três Lagoas iniciou uma ação de fiscalização nas clínicas médicas e estéticas da cidade.

De acordo com a agente da vigilância sanitária municipal, Maiara Guedes, a campanha tem caráter apenas educativo. “Nós, como vigilância sanitária, vamos elaborar um ofício de orientação para esses profissionais que, porventura, estavam utilizando esse chip, trazendo essa resolução sobre a proibição de uso, e entregando principalmente nas farmácias de manipulação, que são o foco da resolução”, explica Guedes.

Esta medida de proibição de implante foi emitida pela Anvisa após solicitação de 35 unidades médicas brasileiras. De acordo com a endocrinologista Priscila Scatena, o pedido ocorreu por conta da banalização do chip, que estava sendo prescrito como tratamento estético para perda de peso e ganho de massa magra, além de prometer aumento da libido e atuar como tratamento para a menopausa. “O chip vem com a proposta de melhorar tudo. Se a mulher está buscando melhora de desempenho, longevidade, composição corporal, tratamento de fadiga e cansaço, o chip promete. Mas a mulher não se retoma as terapias hormonais”, explicou a médica.

O medicamento é implantado via subcutânea e libera hormônios durante períodos de cinco meses a três anos. No entanto, não existem estudos e pesquisas médicas que comprovem sua eficácia e garantam segurança, visto que o implante é manipulado em farmácias de manipulação. Um endocrinologista ressalta que o principal motivo da proibição foram os efeitos colaterais. “Muitas vezes, os pacientes utilizam sem total indicação; houve uma banalização do chip. Quando a gente vai ver estudos de segurança, não existem. Não há regulamentação e nem bula. Nós víamos as complicações, e eram graves: cardiovasculares, neoplásicas, dislipidêmicas e metabólicas”, concluiu Priscila.

Outro produto similar comercializado por clínicas médicas é o chip anticoncepcional Implanon. De acordo com Scatena, a venda deste medicamento está liberada. Diferente do outro implante, este é aprovado pela Anvisa e possui pesquisas que garantem sua segurança. Desta forma, é descrito como um tratamento contraceptivo eficaz e recomendado.