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Entrevista

Jucems moderniza atendimento com digitalização e teletrabalho

Cerca de 40% dos servidores trabalham à distância na Junta Comercial e um dos critérios é a manutenção da qualidade dos serviços

Presidente Nivaldo Rocha, é servidor de carreira da Junta Comercial. - Foto: Divulgação
Presidente Nivaldo Rocha, é servidor de carreira da Junta Comercial. - Foto: Divulgação

A Junta Comercial do Estado de Mato Grosso do Sul (Jucems) está modernizando o seu atendimento com a adoção de tecnologias digitais e teletrabalho. O órgão é o segundo no país a integrar todos os municípios do Estado na Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (RedeSim), o que permite a abertura de empresas de forma totalmente digital e em questão de segundos.

O senhor que é funcionário de carreira, vivendo a evolução e transformação da Junta Comercial, como foi a transformação da abertura de empresas aqui no Estado?

Nivaldo Rocha: Com a criação do Estado de Mato Grosso do Sul, todo o acervo documental de Mato Grosso veio para Campo Grande. Naquela época, tinha um único local de recebimento e abertura da empresa, que era Campo Grande. Então, um morador de Mundo Novo ou de Sonora teria que se dirigir à Capital e demorava de 30 a 45 dias para se conseguir o registro de uma empresa. Às vezes tinha que retornar e começar tudo de novo para corrigir algum detalhe. Com a digitalização do nosso acervo documental, certificamos esse acesso e esse acervo passou a ter fé pública. Com isso, nos possibilitou fazer a documentação de forma digital. Em 2015, passamos para a parte virtual e a Junta Comercial começou a trabalhar em sistema misto. Recebia a documentação, deferia e digitalizava, tornando seu acervo todo digital. O que nós ganhamos com isso? Temporalidade e agilidade do registro. O que se levava até 30 dias para fazer um registro na Junta Comercial, hoje nós estamos falando em horas. Nós firmamos um contrato de gestão com o Estado para que não passasse de 6 horas. Com a implantação de um sistema automatizado para o registro de empresas, nós estamos hoje com a média de 3 horas na Junta Comercial. E pretendemos reduzir ainda mais esse tempo. Isso é uma evolução, onde saímos do papel, do famoso carimbo, para uma autenticação 100% digital e de forma virtual.

Hoje em dia falamos muito que ‘tempo é dinheiro’, nesse sentido, o que essa digitalização representa de economia? Tanto para quem está abrindo empresa, como para o serviço público?

Nivaldo Rocha: Se você ficar 30 dias com um prédio alugado sem poder trabalhar, é prejuízo. Hoje você espera por algumas horas. A forma automática de constituição da empresa, o tempo que o cidadão levava para assinar o documento, o tempo que ele levaria para pegar o reconhecimento de firma em cartório, é o tempo para ele consumar o registro na Junta Comercial. Ele ganha praticamente um mês inteiro de vantagem sobre isso. Para ele, é dinheiro. Já para o sistema público, é economia processual. Porque, estando com isso, fazemos uma revisão da forma digital, não precisamos dispor de um número de recursos humanos envolvidos no processo. Tudo isso foi reduzido. A Junta Comercial trabalhava com a média de 130 pessoas lá dentro, hoje, nós estamos com 80.

Em termos de números, com todo esse processo digitalizado, qual é o salto em relação à quantidade de empresas abertas?

Nivaldo Rocha: O que nós podemos dizer é que em termos de registro público, nos últimos 10 anos, o crescimento foi de 100%. Esse ano nós conseguimos, em março, bater o recorde de aberturas de empresas em Mato Grosso do Sul. Então, é uma política que vem crescendo dia a dia. Todo mundo sai ganhando com isso.

A Junta Comercial está adotando o telebralho, o home office?

Nivaldo Rocha: Nós implantamos em caráter excepcional, nos próximos 40 dias, o teletrabalho. Nós estamos com praticamente 40% da mão de obra técnica trabalhando de forma virtual, em casa, seguindo vários critérios. Um deles é a manutenção da qualidade e o quantitativo de processos analisados por cada um. Ou seja, tem que manter a qualidade de atendimento do presencial ou melhorá-lo e ter pontualidade, porque ele tem que ficar as oito horas da jornada dele à disposição do serviço público. Nós priorizamos as mães que ainda amamentam e funcionários com problemas físicos ou dificuldades de locomoção. Sendo aprovado, dia 10 de dezembro, a gente parte para uma formalização efetiva disso.