O empresário Cléber Faria, dono da Cervejaria Cidade Imperial, e o irmão dele, Vanuê Faria, dono da marca de energético TNT, foram liberados da prisão, na manhã desta quarta-feira (7). Eles estavam presos desde a semana passada, investigados de participação de crimes de corrupção que também envolvem o tio deles, o também empresário Walter Faria, dono da Cervejaria Petrópolis.
Cléber Faria possui projeto de instalação de uma filial de sua empresa em Três Lagoas, onde recebeu em doação uma área pública de 320 mil metros, da prefeitura, com aprovação pela Câmara no início deste ano.
A liberação da cadeia foi autorizada pela juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal do Paraná, que determinou as prisões na 62ª fase da Operação Lava Jato. Outros três executivos do Grupo Petrópolis também foram libertados.
Walter Faria e Maria Elena de Souza, que também foi alvo da operação, tiveram a prisão temporária convertida em preventiva. Os dois seguem na sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba.
"Todos [os suspeitos] imputaram a Maria Elena a responsabilidade pela parte financeira do grupo econômico, o que pressupõe possuir a confiança de Walter Faria, sendo que já havia indícios de que esta era a responsável pela movimentação das contas no exterior, vinculadas inclusive às operações espúrias realizadas com o Grupo Odebrecht", declarou a juíza na decisão.
O MPF (Ministério Público Federal) queria a conversão da prisão temporária dos quatro investigados.
A operação mira o pagamento de propinas disfarçadas de doações eleitorais feitas pelo Grupo Petrópolis em parceria com a empreiteira Odebrecht, para troca de reais no Brasil por dólares em contas no exterior.
Teriam sido pagos R$ 320 milhões em propinas a políticos fora do país, além da repatriação de R$ 1,4 bilhão que estariam depositados em contas externas.
O Grupo Petrópolis informou em nota que "seus executivos já prestaram anteriormente todos os esclarecimentos sobre o assunto aos órgãos competentes. Informa também que sempre esteve e continua à disposição das autoridades para o esclarecimento dos fatos".
A Odebrecht tem afirmado que tem colaborado com as autoridades e que todos os fatos já foram esclarecidos anteriormente. Cléber e Vanuê Faria negam as acusações.