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Três Lagoas

Laudo confirma que adolescente foi torturado pelo pai

Inquérito sobre este caso será encaminhado para o Ministério Público

Paulo Henrique Rosseto de Souza, delegado titular da 1ª Delegacia de Polícia de Três Lagoas -
Paulo Henrique Rosseto de Souza, delegado titular da 1ª Delegacia de Polícia de Três Lagoas -

O delegado titular da 1ª Delegacia de Polícia de Três Lagoas, Paulo Henrique Rosseto de Souza, recebeu na tarde desta quarta-feira do Instituto Médico Legal (IML) de Três Lagoas o laudo com o resultado do exame de corpo delito realizado em um adolescente que foi espancado e torturado pelo próprio pai.O fato aconteceu no final do mês passado e as agressões ocorreram pelo fato do filho ter se revelado homossexual.

De acordo com o delegado, o médico legista do IML atestou no laudo que o jovem sofreu lesões leves na face, perna, braço e ombro. Essa constatação , segundo Rosseto, comprova que “houve ofensa à integridade física da vítima”, frisou.

Rosseto, informa que o inquérito sobre este caso será concluído, entre hoje e amanhã, e, posteriormente, encaminhado para o Ministério Público. “Provavelmente, ele será processado pelo crime de tortura e injúria, este último, pelo fato dele ter xingado com palavras de baixo calão a ex-mulher”, explicou.

No entanto, segundo o delegado, o Poder Judiciário já concedeu ao rapaz e a sua mãe, medidas protetivas, que obrigam  o pai a se manter numa distância de 200 metros do filho e da ex-mulher.Segundo Rosseto, a mãe do jovem informou que o filho está traumatizado com tudo que aconteceu, encontrando-se em tratamento psicológico.

CASO
O adolescente, descreveu a conselheiro tutelar, Davis Martinelli, que as agressões começaram na madrugada do dia 29 de julho e só pararam quando outros membros da família interferiram. “[A agressão] começou à meia-noite e só cessou às 2h, quando a familiares, um irmão e os avós, o tiraram do pai e o levaram para o hospital. Temos fotos para comprovar essa agressão”, destacou. Além de bater em várias partes do corpo do adolescente, o pai, na versão apresentada para o Conselho Tutelar quanto à Polícia Civil, ainda teria ameaçado amarrá-lo e arrastá-lo em um veículo.

“Segundo o garoto, o pai sempre foi contra a sua orientação sexual. No ano passado, atendemos essa mesma família por conta das agressões verbais do pai. É lamentável, porque a sociedade não imagina que isso possa acontecer em uma cidade como Três Lagoas. Mas acontece, e muito. Só que nem a sociedade, e muitas vezes, nem o Conselho Tutelar fica sabendo”, disparou Martinelli.